Cresce o uso de cigarros eletrônicos no Brasil e preocupa especialistas em saúde
No Dia Nacional de Combate ao Fumo, alerta sobre os riscos dos vapes, especialmente entre jovens
Dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca), vinculados ao Ministério da Saúde, mostram que o uso de cigarros eletrônicos entre adultos brasileiros atingiu 2,6% em 2024, o maior índice desde 2019, com um aumento de 24% em apenas um ano. Esse percentual representa cerca de quatro milhões de pessoas que utilizam esses dispositivos no país. Em comparação, a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) indica que 9,3% da população adulta, ou 19,6 milhões de pessoas, se declararam fumantes em 2024, sendo a prevalência maior entre homens (13,8%) do que entre mulheres (9,8%).
Com a aproximação do Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, especialistas reforçam a preocupação com o crescimento do uso dos cigarros eletrônicos, principalmente entre os jovens, grupo considerado de risco. A pneumologista Daniela Campos destaca que o vape, também conhecido como pod, atrai muitos jovens por sua aparência moderna, pela ausência do cheiro desagradável do cigarro convencional e pelos sabores variados.
Apesar de ser um produto relativamente novo, os malefícios dos cigarros eletrônicos já são evidentes. A médica explica que, em 2019, diversos jovens foram vítimas da doença EVALI, um dano alveolar difuso que causa insuficiência respiratória aguda grave, confundida inicialmente com pneumonia. Além disso, há o risco do “pulmão de pipoca”, uma bronquiolite obliterante, e outras complicações que vão além dos pulmões, como câncer de boca, laringe, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto.
A indústria do tabaco inicialmente promoveu os cigarros eletrônicos como uma alternativa para ajudar a largar o cigarro tradicional, mas essa promessa não se confirmou. Segundo Daniela Campos, não há controle real da quantidade de nicotina presente nos dispositivos, e muitos ainda contêm THC, um derivado da maconha. Mesmo os produtos que alegam não conter nicotina ou THC possuem substâncias tóxicas como amônia, propilenoglicol e chumbo, que são nocivas e cancerígenas.
Outro ponto importante é que a fumaça dos cigarros eletrônicos pode prejudicar não fumantes que a inalam, causando enfisema e doenças pulmonares, como asma.
Apesar de existirem projetos de lei para regulamentar o uso dos cigarros eletrônicos no Brasil, a pneumologista e as sociedades médicas brasileiras são contrárias à legalização. Países que liberaram o uso, como Inglaterra e Reino Unido, enfrentam problemas graves de saúde pública, incluindo internações por EVALI e bronquiolite obliterante, especialmente entre jovens a partir dos 12 anos.
No Dia Nacional de Combate ao Fumo, o alerta é claro: o aumento do uso dos cigarros eletrônicos representa um desafio para a saúde pública e exige atenção redobrada, principalmente para proteger as novas gerações.
Este conteúdo foi elaborado com base em dados e informações fornecidas pela assessoria de imprensa.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA