Novos tratamentos para endometriose chegam ao SUS e prometem alívio para milhões
Ministério da Saúde incorpora terapias hormonais que controlam dor, sangramento e avanço da doença
O Sistema Único de Saúde (SUS) acaba de incorporar duas novas opções de tratamento hormonal para a endometriose, uma notícia que traz esperança para milhões de mulheres brasileiras que convivem com essa condição crônica e inflamatória. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil sofrem com a doença, que afeta aproximadamente 190 milhões de mulheres em idade reprodutiva no mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a professora de ginecologia da Afya Faculdade de Medicina de Itajubá, Dra. Júlia Reis, as novas terapias incluem o dispositivo intrauterino (DIU) liberador de levonorgestrel e o medicamento oral desogestrel. “O DIU liberador de levonorgestrel atua localmente no útero, liberando um hormônio que reduz o espessamento do endométrio, diminui o fluxo menstrual e alivia a dor, além de ajudar a controlar os focos da doença. Já o desogestrel, um progestagênio de uso oral, age de forma sistêmica, inibindo a ovulação e suprimindo o ciclo menstrual, o que contribui para a redução da dor pélvica, das cólicas e do sangramento intenso”.
A incorporação dessas opções ocorre em um momento de crescente demanda por cuidados relacionados à endometriose no Brasil. Entre 2023 e 2024, o SUS registrou mais de 260 mil atendimentos e 85,5 mil internações relacionadas à doença, evidenciando a urgência de ampliar o acesso a tratamentos eficazes e atualizados.
A especialista destaca que o tratamento da endometriose é diversificado e geralmente começa com medicamentos hormonais orais, como desogestrel, dienogeste ou pílula combinada contínua, com o objetivo de interromper a menstruação e aliviar os sintomas. Além do DIU com levonorgestrel, o implante subcutâneo (Implanon) e medicamentos injetáveis também são opções. A cirurgia é recomendada apenas quando o tratamento clínico não apresenta resultados satisfatórios ou em casos mais graves.
Quanto ao diagnóstico, a Dra. Júlia explica que exames de imagem como o ultrassom transvaginal com preparo intestinal são mais eficazes para visualizar os focos da doença, embora nem sempre estejam disponíveis. A ressonância magnética da pelve é outra alternativa precisa. Em situações inconclusivas, a laparoscopia, um procedimento minimamente invasivo, pode ser indicada para visualização direta da cavidade abdominal.
A médica alerta para a demora no diagnóstico, que ocorre porque sintomas como cólicas intensas, dor durante a relação sexual e fluxo menstrual excessivo são frequentemente normalizados por pacientes e profissionais de saúde. “Muitas vezes, esses sinais são interpretados como parte do ‘normal’ da menstruação, especialmente quando há histórico familiar semelhante, o que atrasa a investigação adequada. Além disso, o acesso limitado a exames mais específicos também contribui para que a doença leve anos para ser identificada”, conclui.
Este avanço no SUS representa um passo importante para ampliar o acesso a tratamentos modernos e eficazes, promovendo melhor qualidade de vida para as mulheres que enfrentam a endometriose. As informações foram fornecidas pela assessoria de imprensa da Afya, referência em educação e tecnologia para a prática médica no Brasil.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA