Romper com relações abusivas na família é um dos maiores desafios, alerta psicóloga

Caso de Larissa Duque expõe a complexidade da violência intrafamiliar e a importância do afastamento para a saúde mental

O recente relato de Larissa Duque, que hoje se chama Heloísa, trouxe à tona um tema delicado e urgente: o abuso sexual e outras formas de violência dentro do ambiente familiar. Durante uma entrevista no podcast do jornalista Beto Ribeiro, ela revelou que desde os nove anos sofria exploração sexual e violência permitidas pela própria mãe e outros familiares. A denúncia pública só aconteceu anos depois, quando Heloísa decidiu usar a internet para expor sua história e conseguiu que o Ministério Público abrisse um processo contra a mãe em 2016.

Esse caso chocante evidencia a necessidade de repensar o mito da “família ideal”, já que, para muitas crianças e adolescentes, o lar pode ser um lugar de dor e insegurança. Segundo dados da Fundação ABRINQ, o Brasil registrou em 2023 uma média de 215 denúncias diárias de abuso sexual contra crianças e adolescentes, sendo que mais da metade desses casos ocorre dentro da própria família.

A psicóloga Bruna Côrtes, especialista em Psicotrauma e Terapia Sistêmica, explica que o trauma causado por abusos cometidos por figuras parentais é especialmente complexo. “Quando a violência parte justamente da pessoa que deveria proteger, amar e cuidar, a criança experimenta uma profunda ruptura na sua percepção de segurança e confiança no mundo”, afirma. Ela destaca que essas marcas, muitas vezes invisíveis, podem afetar a vida adulta da vítima, influenciando suas relações afetivas, autoestima e saúde mental.

Bruna ressalta ainda que romper os laços com familiares abusivos é uma decisão difícil, mas necessária para preservar a vida e a saúde psíquica. “Existe uma crença cultural de que laços de sangue são indissolúveis, mas quando esses laços se tornam fonte de dor, medo e destruição, a separação é uma medida protetiva fundamental.” Ela reforça que a parentalidade vai além da biologia, envolvendo cuidado, afeto e proteção — pilares que, quando quebrados, tornam a relação adoecida e devastadora.

Outro ponto importante abordado pela psicóloga é o impacto do medo, vergonha e dependência emocional ou financeira, que muitas vezes impedem a vítima de romper o ciclo de abuso mais cedo. “É fundamental que a sociedade compreenda a complexidade dessas relações e ofereça redes de apoio qualificadas para que as vítimas possam denunciar e se afastar com segurança”, destaca.

No caso de Heloísa, a coragem de expor sua história e buscar justiça mostra a força necessária para romper um ciclo tão doloroso. “Romper com uma mãe abusiva é um dos maiores desafios que alguém pode enfrentar, pois envolve não apenas uma decisão prática, mas também a reconstrução de toda uma identidade emocional que foi violada”, conclui Bruna.

Por fim, a psicóloga reforça a importância de políticas públicas e campanhas de conscientização para prevenir e tratar casos de violência intrafamiliar. “Precisamos ampliar o olhar sobre a parentalidade, entendendo que o bem-estar da criança deve sempre prevalecer, mesmo que isso implique o afastamento de quem, biologicamente, lhe deu a vida, e uma das formas de fazer isso é desidealizar essas relações.”

Este conteúdo foi elaborado com base em informações fornecidas pela assessoria de imprensa, trazendo à luz um tema que exige atenção e ação coletiva para proteger as vítimas e promover ambientes familiares verdadeiramente seguros e acolhedores.

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EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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