Dor no peito em mulheres: entenda a angina microvascular e seu diagnóstico inovador
Novo exame no Brasil identifica problema cardíaco que afeta principalmente mulheres, mesmo com artérias normais
Mais de 237 mil pessoas morreram em 2024 no Brasil por doenças do coração, que continuam sendo a principal causa de óbitos no país, segundo dados do Ministério da Saúde. Entre esses casos, um problema cardíaco pouco conhecido, mas que atinge principalmente mulheres, tem ganhado destaque: a angina microvascular.
Diferente da angina tradicional, causada por obstruções nas grandes artérias do coração, a angina microvascular está relacionada a alterações na microcirculação, formada por pequenas artérias microscópicas que não aparecem em exames convencionais como o cateterismo. “É comum atendermos pacientes com dor no peito ou isquemia causada por obstrução nas grandes artérias, algo que conseguimos diagnosticar e tratar por meio do cateterismo. No entanto, há um percentual significativo de pacientes, principalmente mulheres, que apresentam artérias normais, mas cujo problema está na microcirculação”, explica a cardiologista Sarah Fagundes, do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba.
Cerca de 70% dos pacientes com angina microvascular são mulheres, devido a fatores anatômicos, hormonais e fisiopatológicos específicos. “Alterações nos níveis de estrogênio, comuns após a menopausa, afetam o equilíbrio da vasodilatação arterial. Doenças autoimunes e processos inflamatórios crônicos — mais prevalentes entre as mulheres — também comprometem o endotélio e a reatividade dos vasos. Além disso, as artérias femininas, em geral mais finas e tortuosas, podem dificultar a circulação sanguínea”, destaca a especialista.
O diagnóstico desse problema exige um exame específico, indicado quando o paciente apresenta sintomas típicos de angina ou isquemia em exames como cintilografia do miocárdio, ecocardiograma de estresse ou ressonância magnética, mas sem obstruções nas grandes artérias coronárias. “Nem todos os pacientes precisam realizá-lo. A prioridade inicial é avaliar as grandes artérias coronárias, pois elas representam a causa mais comum de angina e isquemia. Somente quando estão normais e os sintomas persistem é que se justifica investigar a microcirculação, um processo mais detalhado e, muitas vezes, invasivo”, ressalta Sarah.
Confirmar o diagnóstico é essencial para direcionar o tratamento correto, que inclui medicamentos específicos para a disfunção microvascular, além do controle rigoroso dos fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. A prática regular de exercícios físicos e mudanças no estilo de vida são fundamentais para melhorar a saúde das artérias e prevenir complicações.
“Tratar a causa exata, e não apenas os sintomas, é a chave para reduzir as crises de dor no peito e prevenir complicações futuras”, reforça a cardiologista do Hospital São Marcelino Champagnat, que é um dos pioneiros na realização desse exame inovador no Brasil.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do Hospital São Marcelino Champagnat.
Fique atenta aos sinais do seu corpo e procure um cardiologista se sentir dores no peito, mesmo que exames convencionais estejam normais. A prevenção e o diagnóstico precoce podem salvar vidas.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA