Por que 52% das mulheres com mais de 40 anos querem mudar de carreira?

Burnout e busca por propósito impulsionam recomeços e transformações no mercado de trabalho feminino

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Um levantamento recente da Harvard Business Review revelou que 52% das mulheres com mais de 40 anos planejam mudar de área nos próximos anos. Essa tendência reflete um movimento crescente de reavaliação da carreira e do propósito profissional, impulsionado principalmente pelo burnout e pelo desejo de maior autonomia e qualidade de vida.

Segundo dados da Deloitte, 53% das mulheres relatam níveis de estresse mais altos do que no ano anterior, e quase metade delas sofre com burnout, que é a principal causa para 40% das que buscam um novo emprego. Além disso, mais da metade das entrevistadas pretende deixar seus empregos nos próximos dois anos, enquanto apenas 10% desejam permanecer com o empregador atual por mais de cinco anos.

A psicanalista Ana Tomazelli, presidente do Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino (Ipefem), destaca que “existe uma ruptura importante nesse momento da vida: quando se percebe que não é mais preciso corresponder à expectativa de todos, mas sim à sua própria. O recomeço sem culpa é um movimento legítimo e necessário para a saúde mental e a realização profissional dessas mulheres”.

No Brasil, um estudo da Associação Brasileira de Psiquiatria aponta que 61% das mulheres entre 40 e 55 anos apresentam sintomas relacionados ao burnout, como esgotamento extremo e distúrbios do sono. Já a pesquisa do IBGE “Mulheres no Mercado de Trabalho” mostra que 31% das mulheres entre 40 e 50 anos consideram mudar de carreira nos próximos dois anos, buscando mais autonomia e alinhamento com seus valores pessoais.

Essa mudança de perspectiva representa uma valorização crescente do bem-estar e do propósito, em contraste com décadas anteriores, quando a estabilidade era o principal objetivo. Para Tomazelli, fatores como o acesso à educação continuada, o crescimento do empreendedorismo feminino e a popularização do trabalho remoto têm aberto espaço para essas transformações. Ela ressalta ainda que “cuidar da saúde mental e da qualidade de vida não é luxo, mas prioridade”.

Apesar dos avanços, as mulheres maduras enfrentam desafios como o preconceito etário, relatando discriminação em processos seletivos e promoções, e a pressão financeira, já que muitas são chefes de família ou principais provedoras. Além disso, o medo do fracasso e a síndrome da impostora dificultam a reinvenção profissional. “Romper com essa lógica exige não só planejamento financeiro, mas, principalmente, apoio psicológico e redes de suporte”, analisa Ana.

O empreendedorismo surge como uma alternativa promissora. No último trimestre de 2024, o Brasil registrou um recorde de 10,35 milhões de mulheres donas de negócio, com destaque para a faixa dos 45 aos 54 anos. Mulheres empreendedoras mais maduras têm 35% mais chances de manter negócios sustentáveis por mais de cinco anos, graças à experiência, networking e gestão de riscos.

Tomazelli enfatiza que essas mulheres buscam não só rentabilidade, mas também alinhamento entre trabalho, valores pessoais e impacto social, mudando o perfil do empreendedorismo feminino no país. Internacionalmente, essa tendência também cresce, com 26% das empresárias norte-americanas tendo 45 anos ou mais.

O fenômeno das mulheres 40+ reinventando suas carreiras é mais do que uma mudança individual: é um reflexo de uma sociedade que valoriza a experiência e o direito à felicidade profissional em todas as fases da vida. Como conclui Ana, “nunca é tarde para buscar uma carreira que faça sentido, e a coragem de recomeçar aos 40, 50 ou 60 anos não é apenas legítima, é inspiradora e necessária para uma sociedade mais justa e inclusiva”.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados e informações fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino (Ipefem).

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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