Brasil deve ter 2,1 milhões de pacientes em tratamento com canabidiol até 2030
Estudo aponta crescimento de 494% na demanda por canabidiol e potencial bilionário para o cânhamo no país
Um estudo recente do Instituto Escolhas revela que, até 2030, cerca de 2,1 milhões de pacientes no Brasil estarão em tratamento com canabidiol, um aumento expressivo em relação aos 430 mil pacientes registrados em 2023. Essa expansão da demanda, que será de 494%, exigirá cerca de 20 toneladas do composto químico extraído do cânhamo, planta que vem ganhando destaque não apenas na indústria farmacêutica, mas também em outros setores econômicos.
Atualmente, o Brasil importa grande parte do cânhamo, mas o país tem potencial para se tornar um grande produtor, capaz de suprir tanto a demanda interna quanto a internacional. Rafael Giovanelli, gerente de Pesquisa do Instituto Escolhas, destaca que “com terras abundantes e clima propício, o Brasil tem tudo para suprir as necessidades dos vários mercados do cânhamo.” Para isso, será necessário plantar cânhamo em 64,1 mil hectares e investir R$ 1,23 bilhão até 2030.
Além do mercado farmacêutico, o cânhamo tem aplicações promissoras em outras áreas. O mercado internacional de sementes da planta, usadas na indústria alimentícia, deve crescer 264% entre 2023 e 2030. Já o mercado de fibras, utilizadas na fabricação de papéis, tecidos e biocompostos, terá expansão de 26% no mesmo período. Esses setores representam oportunidades econômicas significativas para o Brasil, que pode gerar até 14.485 empregos no setor e alcançar receitas líquidas de R$ 5,76 bilhões.
O cultivo do cânhamo apresenta vantagens ambientais e econômicas importantes. Diferente do algodão, que exige 28 litros de agrotóxicos por hectare, o cânhamo dispensa o uso desses produtos e oferece um retorno superior a 100% sobre o investimento, contra 49% do algodão. Além disso, o Brasil possui uma vasta área de terras degradadas — cerca de 28 milhões de hectares de pastagens — que poderiam ser recuperadas para o plantio do cânhamo, ocupando apenas 0,23% dessa área.
Outro ponto relevante é o impacto ambiental positivo do cânhamo. Devido ao seu porte e plantio adensado, a planta remove da atmosfera quantidades de CO2 equivalentes às de florestas tropicais. Caso o Brasil siga o cenário projetado, serão removidas 1,1 milhão de toneladas de CO2 a cada safra, valor superior às emissões da cidade de Florianópolis (SC).
Apesar das barreiras legais ainda existentes, a importação e comercialização de derivados do cânhamo já são permitidas desde 2015. Em novembro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Anvisa e a União regulamentem o cultivo do cânhamo para fins medicinais em até seis meses. Essa regulamentação está em debate em várias instâncias, incluindo o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável e o Congresso Nacional, onde projetos de lei como o PL 399/2015 avançam para ampliar o uso da planta em setores como o têxtil e alimentício.
O cenário desenhado pelo Instituto Escolhas mostra que o cânhamo pode ser uma importante fonte de desenvolvimento econômico, geração de empregos e benefícios ambientais para o Brasil. Com investimentos e regulamentação adequados, o país tem tudo para se destacar nesse mercado em franca expansão.
Este conteúdo foi elaborado com base em dados da assessoria de imprensa do Instituto Escolhas. Compartilhe para que mais pessoas conheçam o potencial do cânhamo no Brasil!

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA