Câncer de mama no Brasil: estudo revela urgência em mudar políticas públicas para salvar vidas
Pesquisa inédita da Sociedade Brasileira de Mastologia destaca baixíssima cobertura do rastreamento pelo SUS e alta incidência de diagnósticos avançados
Um estudo recente apresentado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em parceria com o Centro Avançado de Diagnóstico de Doenças da Mama (CORA) da Universidade Federal de Goiás, trouxe à tona dados preocupantes sobre o rastreamento do câncer de mama no Brasil. Apresentada durante a conferência da American Society of Clinical Oncology (ASCO) 2025, realizada em Chicago, a pesquisa analisou dados do Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2013 e 2022, revelando disparidades regionais e falhas graves nas políticas públicas de saúde.
Segundo o mastologista Ruffo Freitas-Junior, assessor especial da SBM e autor do estudo, “os resultados da investigação apontam para a necessidade urgente de mudanças de estratégia por parte do Ministério da Saúde no rastreamento mamográfico e no tratamento da doença no País”. A análise mostrou que, entre mulheres de 40 a 49 anos — faixa para a qual a SBM recomenda o início do rastreamento — apenas 22% realizaram mamografias na última década. Além disso, 54% dos casos diagnosticados nesse grupo estavam nos estágios III e IV, ou seja, em fases avançadas da doença.
Para mulheres entre 50 e 69 anos, faixa prioritária para o Ministério da Saúde, a cobertura do rastreamento foi de 33%, com 48% dos diagnósticos também em estágios avançados. Já entre as mulheres com 70 anos ou mais, apenas 10% realizaram mamografias, e 49% dos casos foram detectados tardiamente. O estudo ainda destaca que as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam cobertura ainda mais baixa, evidenciando disparidades regionais que precisam ser corrigidas com urgência.
Outro ponto crítico levantado é o cumprimento da Lei dos 60 Dias (Lei nº 12.732/2012), que determina o início do tratamento em até 60 dias após o diagnóstico. Dados do DataSUS indicam que apenas metade das mulheres diagnosticadas com câncer de mama pelo SUS iniciam o tratamento dentro desse prazo legal.
Ruffo Freitas-Junior reforça que, apesar dessas evidências, “as políticas públicas do Ministério da Saúde não sofreram alterações na última década”. Ele conclui que “mais que nunca, é preciso garantir o acesso equitativo ao diagnóstico precoce e ao tratamento oportuno, especialmente nas áreas menos favorecidas do Brasil”.
Este estudo serve como um alerta para a sociedade e para os gestores públicos: o enfrentamento eficaz do câncer de mama depende de mudanças urgentes nas políticas de saúde, ampliando a cobertura do rastreamento e garantindo o tratamento rápido e acessível para todas as mulheres, independentemente da região onde vivem.
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Conteúdo elaborado com dados da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Mastologia.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA