A força transformadora da liderança feminina no presente

Como mulheres líderes estão redefinindo negócios com empatia, resiliência e visão estratégica

A expressão “o futuro é feminino” ganhou o mundo, marcas e diversas interpretações ao longo dos anos, mas ainda é uma expressão carregada de estereótipos. Enquanto compreendo e participo da luta pela equidade de gênero no meu dia a dia, percebo com cada vez mais clareza que o futuro das mulheres já está no hoje, na mulher que se autolidera de forma eficaz e que produz uma potência fundamental para o desenvolvimento não só de negócios mais prósperos e humanos, mas mais eficientes, cooperativos e responsáveis com a integralidade dos indivíduos.

Por décadas a fio, a ideia de liderança nos negócios esteve atrelada à imagem de um homem branco, rico e de meia-idade trajando um terno, atrás de uma mesa imponente e em um lugar inacessível para seus colaboradores. Hoje, a liderança feminina ocupa esse espaço de poder, como tantos outros em nossa sociedade, levando aquilo que de melhor ela pode oferecer: empatia, inspiração, resiliência e habilidades emocionais, atrelados a um profundo conhecimento técnico da própria área. Mulheres líderes são forças colaborativas focadas na capacitação de suas equipes, motivando-as a atingir limites cada vez mais altos, pois promovem o ambiente necessário para que novas ideias sejam gestadas e habilidades únicas sejam desenvolvidas, criando assim uma rede viva onde todos são motivados a crescerem.

Mas, estatisticamente falando, os desafios até a equidade de gênero são enormes.

Conforme pesquisa do IBGE, que visa mapear a representatividade feminina em diversas esferas, apenas pouco mais de 39% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, embora sejam mais escolarizadas e estejam em maior número no país em relação aos homens, conforme o último Censo. Culturalmente falando, conhecemos as barreiras impostas por papéis e funções delimitadas de gênero, tanto na esfera pública quanto na esfera privada. São entraves ainda presentes desde a forma de educar meninas, nas entrevistas de emprego, maior sobrecarga nos afazeres domésticos, maternidade e no trabalho de cuidado aos parentes idosos, ou menos promoções disponíveis dentro das empresas. Essas são realidades conhecidas e que necessitam de mudanças, mas, muitas vezes, são as próprias mulheres quem travam suas jornadas até o sucesso pleno.

Ao não reconhecer e identificar seus inegociáveis, a mulher líder ou que deseja liderar já começa ficando para trás, pois não traça para si mesma estratégias conscientes e planejadas com foco em seus objetivos. Ao não se conhecer e se reconhecer como modelo inspirador para sua família e liderados, sem a autoconfiança vinda de uma autoestima consciente de seus defeitos e qualidades, essa mulher não consegue se ver como de fato é, apresentando-se insegura para se posicionar com autoridade. Ao não conseguir gerir o próprio tempo, equilibrar suas responsabilidades nas diferentes esferas ao alinhá-las com seus valores e prioridades, essa mulher não define um plano de ação claro para sua visão de futuro. Dificilmente será alguém que saberá como criar limites, dizer não com assertividade, ou pedir ajuda e delegar, pois ao sucumbir à pressão interna e externa, sente em si a responsabilidade e a necessidade de carregar todo o peso da casa e do cargo, levando-a a uma exaustão física e mental. Sendo assim, ela tende a falhar em criar o ambiente necessário que nutre o crescimento e a prosperidade que deseja e que somente essa nova liderança feminina pode ofertar ao mundo.

Para ser ou se tornar essa liderança feminina tão essencial no mercado, é preciso manter um equilíbrio saudável entre os seus anseios pessoais, a maternidade (caso exista) e as responsabilidades profissionais. Priorizar a própria saúde e o autocuidado, delegando funções, projetos e tarefas secundárias é primordial para que possa concentrar suas energias naquilo que de fato é vital e evitar travas desnecessárias. Estimular um mindset perseverante, que sabe lidar com imprevistos e reorganizar a rota quando necessário, faz a mulher encontrar novos caminhos até alcançar o que cada uma define como sucesso.

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Por Débora Silva

Artigo de opinião

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