Microplásticos no Brasil: ABC alerta para riscos e propõe ações urgentes para o meio ambiente
Relatório da Academia Brasileira de Ciências destaca impactos dos microplásticos e recomenda políticas para reduzir a poluição no país
A crescente presença dos microplásticos no meio ambiente é um problema urgente que afeta o Brasil e o mundo. A Academia Brasileira de Ciências (ABC) lançou, no dia 7 de agosto de 2025, o relatório “Microplásticos: Um problema complexo e urgente”, que alerta para os riscos ambientais e à saúde humana causados por esses fragmentos plásticos minúsculos, além de propor recomendações para mitigar seus impactos no país.
Os microplásticos são partículas de até 5 milímetros que resultam da degradação e fragmentação dos produtos plásticos descartados inadequadamente. Eles contaminam principalmente rios e oceanos, afetando a fauna marinha e, consequentemente, toda a cadeia alimentar. Segundo o relatório, cerca de 80% dos resíduos plásticos que chegam ao mar têm origem em atividades terrestres, como turismo, indústria, ocupação urbana desordenada e má gestão dos resíduos sólidos. Os outros 20% vêm de atividades marítimas, como transporte e pesca.
A presidente da ABC, Helena Nader, destaca que “enfrentar a poluição por microplásticos exige uma ação coordenada entre governo, setor produtivo, comunidade científica e sociedade. Precisamos rever estratégias nacionais e investir em educação, inovação e regulação para proteger a saúde humana e os ecossistemas”. Estimativas indicam que o Brasil contribui com até 190 mil toneladas de lixo no ambiente marinho e que o potencial de perda de itens plásticos para o meio ambiente é de 3,44 milhões de toneladas por ano.
Além dos impactos ambientais, o relatório chama atenção para os riscos à saúde humana. Estudos recentes identificaram microplásticos em órgãos do corpo, incluindo placentas e cordões umbilicais, o que pode representar sérios perigos. Esses fragmentos também aumentam a exposição a substâncias químicas tóxicas, como metais pesados e pesticidas.
O vice-presidente da ABC para a Região Norte, Adalberto Luis Val, reforça que “a contaminação por microplásticos não é um problema apenas ambiental, é uma ameaça direta à saúde humana, à segurança alimentar e à economia. Não podemos mais tratar os plásticos como descartáveis. É hora de assumir a responsabilidade pelo ciclo completo desses materiais, desde a produção até o descarte e a reciclagem”.
O relatório propõe seis eixos de ação para enfrentar o problema:
1. Governança: revisão do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, com foco no combate aos microplásticos, e fortalecimento do Tratado sobre Poluição Ambiental por Plásticos.
2. Ciência, tecnologia e inovação: investimento em reciclagem, reuso inteligente e substituição de polímeros sintéticos por biodegradáveis.
3. Fomento e financiamento: criação de mecanismos para avaliação de riscos à saúde e uso de nanotecnologia para reaproveitamento do material.
4. Capacitação: qualificação e formalização do trabalho dos catadores e formação de professores para educação ambiental.
5. Circularidade dos plásticos: mudanças legislativas para descarte adequado e recolhimento separado dos plásticos, além da retirada dos resíduos dos ambientes naturais.
6. Educação ambiental e comunicação: políticas governamentais para estimular a conscientização, especialmente entre trabalhadores, empresários e o agronegócio, e campanhas sobre descarte e reciclagem.
Este documento, elaborado por um grupo de dez pesquisadores de diversas instituições, busca ampliar a conscientização e apoiar a formulação de políticas públicas eficazes para enfrentar a poluição por microplásticos no Brasil. A iniciativa reforça a importância de uma atuação conjunta entre governo, setor produtivo e sociedade para proteger o meio ambiente e a saúde da população.
Conteúdo baseado em dados da assessoria de imprensa da Academia Brasileira de Ciências.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA