Como Destravar o Crescimento das PMEs Brasileiras em Meio à Estagnação

Cinco pilares essenciais para que micro e pequenas empresas superem a estagnação e retomem o avanço sustentável no cenário econômico atual

Faturamento estagnado, equipes desmotivadas, processos desorganizados e ausência de metas claras. Esse é o retrato de 73% das micro e pequenas empresas brasileiras que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), não conseguiram crescer no primeiro trimestre de 2024. A estagnação tornou-se um “gargalo silencioso” que impede o avanço dos negócios, mesmo entre profissionais experientes.

Apesar do esforço diário e da dedicação constante, muitos empreendedores seguem em ritmo acelerado sem perceber que o negócio deixou de avançar. Esse é um dos sinais mais preocupantes da estagnação empresarial, um processo que costuma se instalar de forma silenciosa e prolongada. O maior erro do empresário é normalizar a estagnação. Operar no limite e confundir rotina intensa com progresso real cria uma ilusão de movimento, quando, na verdade, o negócio está parado.

O alerta se intensifica diante do cenário macroeconômico. O Boletim Focus do Banco Central projeta crescimento de apenas 2,05% para o PIB em 2025 e uma inflação de 3,64%. Em um ambiente de retração no consumo e dificuldades no acesso ao crédito, esperar que o negócio cresça espontaneamente é abrir mão da estratégia.

Para romper o ciclo da estagnação, proponho cinco pilares fundamentais: mentalidade, performance, autoridade, vendas e conexões estratégicas. Não se trata apenas de aprender mais, mas de decidir, executar e criar uma rotina produtiva baseada em objetivos reais.

Os principais sinais de estagnação são muitas vezes ignorados por hábito ou medo de mudança: queda ou paralisação do faturamento, perda de oportunidades comerciais, ausência de metas, rotatividade da equipe, falta de posicionamento de marca e processos desestruturados. É comum o empresário travar por medo de mudar o que sempre fez. Mas o que trouxe até aqui não é o que vai levar ao próximo nível.

Com o avanço do digital, construir autoridade passou a ser decisivo para a geração de oportunidades. Autoridade não é sobre ter seguidores, mas sobre ter credibilidade, gerar impacto e estar posicionado como referência. Segundo o Edelman Trust Barometer 2024, 68% dos brasileiros confiam mais em líderes com reputação consolidada do que nas marcas que representam.

Além disso, o networking estruturado é um impulsionador de crescimento. Levantamento do LinkedIn indica que 85% dos profissionais conquistam novas oportunidades por meio de conexões estratégicas. A conexão certa acelera resultados. Negócios bem-sucedidos não se constroem sozinhos.

Dominar o processo comercial é fundamental. Empresários que ainda improvisam na hora da venda estão perdendo dinheiro sem perceber. Vender é resolver um problema, não convencer alguém a comprar. O método inclui metas diárias, scripts de valor e fidelização com foco em propósito.

A transformação começa com decisões irreversíveis. É preciso agir como adulto no comando do próprio negócio, romper com crenças limitantes e ter clareza sobre o que se quer construir. Técnicas como a metodologia 4D e o mapeamento comportamental com DISC ajudam a alinhar decisões emocionais às metas empresariais.

Romper com a estagnação exige coragem para mudar e disciplina para executar. O futuro das PMEs depende da capacidade de reinventar-se e adotar estratégias que promovam crescimento sustentável, mesmo em cenários econômicos desafiadores.

F

Por Fernanda Tochetto

Psicóloga, empresária, autora best-seller, especialista em mentalidade de alta performance, fundadora do Tittanium Club, cofundadora da Mentoring League Society (MLS), idealizadora do método "Saia do Rascunho", apresentadora de podcast e autora do livro "Destrave a sua vida e saia do rascunho"

Artigo de opinião

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