Vacina contra herpes zoster pode reduzir risco de Alzheimer, indicam estudos recentes

Neurocirurgião da Unicamp comenta evidências promissoras e ressalta a necessidade de cautela diante dos dados preliminares

Nos últimos meses, pesquisas internacionais têm apontado uma possível relação entre a vacinação contra o herpes zoster e a redução do risco de desenvolver demência, incluindo a doença de Alzheimer. Esses achados, embora ainda preliminares, têm despertado grande interesse na comunidade médica e científica, trazendo esperança para a prevenção de uma das doenças neurodegenerativas mais impactantes da atualidade.

O herpes zoster é causado pela reativação do vírus varicela-zoster, o mesmo responsável pela catapora, que pode permanecer latente no sistema nervoso por anos. Estudos observacionais realizados na Austrália, País de Gales e Estados Unidos, envolvendo centenas de milhares de participantes, mostraram que pessoas vacinadas com imunizantes como Zostavax e Shingrix apresentaram uma redução significativa no risco de demência — variando entre 16% e quase 30%, dependendo da pesquisa. Uma meta-análise internacional publicada em 2024 na revista Brain and Behavior reforça essa tendência, consolidando dados de diferentes regiões.

Apesar da consistência dos resultados, o neurocirurgião funcional e pesquisador da Unicamp, Dr. Marcelo Valadares, destaca que ainda não é possível afirmar que a vacina previne diretamente o Alzheimer. “Estamos diante de uma correlação que merece atenção e aprofundamento, mas é fundamental aguardar estudos clínicos controlados para confirmar essa relação”, explica o especialista.

As hipóteses para essa possível proteção envolvem a prevenção da reativação viral e da neuroinflamação, que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. Além disso, a vacina pode estimular o sistema imunológico de forma mais ampla, promovendo uma “imunidade treinada” que ajuda a combater inflamações associadas ao declínio cognitivo. A redução das complicações neurológicas decorrentes do herpes zoster, como encefalites e neuralgias, também pode influenciar positivamente a saúde cerebral.

Atualmente, a vacina contra herpes zoster é indicada para pessoas acima de 50 anos, principalmente para evitar as complicações dolorosas da doença. No Brasil, está disponível na rede privada e sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) está prevista. Caso os efeitos neuroprotetores sejam confirmados, o uso poderá ser ampliado, impactando futuras diretrizes de saúde pública.

Enquanto isso, a prevenção do Alzheimer continua baseada em hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares, sono adequado, estímulos cognitivos e controle rigoroso de fatores de risco como hipertensão, diabetes e colesterol. O tratamento da doença foca em retardar a progressão dos sintomas e preservar a autonomia do paciente, com suporte multidisciplinar e atenção especial aos familiares.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Unicamp e estudos científicos recentes, trazendo um panorama atual e responsável sobre as possibilidades de prevenção do Alzheimer por meio da vacinação contra o herpes zoster. Acompanhe as novidades e consulte sempre um profissional de saúde para orientações personalizadas.

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