Ultrassom focalizado e produodopa: as inovações que transformam o tratamento do Parkinson
Conheça as novas terapias que prometem melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Parkinson, com menos invasão e maior eficácia
O tratamento da doença de Parkinson tem avançado significativamente nos últimos anos, graças à incorporação de tecnologias inovadoras que ampliam as opções terapêuticas para os pacientes. Entre as novidades que vêm ganhando destaque estão o ultrassom focalizado e a produodopa, tratamentos que prometem melhorar o controle dos sintomas e a autonomia dos pacientes. As informações a seguir foram obtidas por meio de assessoria de imprensa com o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Unicamp, especialista em distúrbios do movimento.
O ultrassom focalizado (FUS) é uma técnica cirúrgica revolucionária que não exige incisões. Por meio de ondas sonoras de alta intensidade, direcionadas com precisão a um núcleo cerebral responsável pelos tremores, o procedimento eleva a temperatura local para “destruir” essa área específica. Essa abordagem minimamente invasiva é indicada principalmente para pacientes com tremor essencial predominante em um dos lados do corpo, incluindo alguns casos de Parkinson em que o tremor é o sintoma mais intenso e localizado. O resultado é uma redução quase imediata dos tremores, com recuperação rápida e riscos mínimos.
Segundo o Dr. Valadares, o ultrassom focalizado é uma alternativa importante para pacientes que não podem ou não desejam se submeter à cirurgia de neuromodulação tradicional. “A redução do tremor, especialmente no lado dominante do corpo, melhora a coordenação motora e devolve autonomia, elevando a qualidade de vida”, destaca o especialista. Estudos indicam uma taxa de sucesso em torno de 60% para os pacientes que atendem aos critérios da técnica.
Outra inovação promissora é a produodopa, uma nova formulação da levodopa — principal medicamento no tratamento do Parkinson — que será administrada por meio de uma bomba subcutânea. Diferentemente da infusão via gastrostomia, a produodopa dispensa procedimentos invasivos para aplicação contínua do medicamento, mantendo níveis mais estáveis na corrente sanguínea e reduzindo as flutuações motoras típicas das fases avançadas da doença. A expectativa é que a Anvisa analise sua aprovação ainda em 2025.
Além disso, a estimulação cerebral profunda (DBS) segue sendo um tratamento consolidado e em constante aprimoramento. Indicada para pacientes com sintomas motores avançados e flutuações motoras, a DBS utiliza um sistema implantado para modular a atividade cerebral, controlando tremores, rigidez e lentificação. Apesar de ser um procedimento cirúrgico, seus benefícios a médio e longo prazo são reconhecidos como imbatíveis.
Dr. Marcelo Valadares ressalta que cada uma dessas terapias tem um papel específico no manejo do Parkinson. O ultrassom focalizado é menos invasivo e indicado para casos restritos de tremor unilateral, enquanto a produodopa oferece uma alternativa para controle motor mais amplo, mesmo para pacientes com limitações clínicas para cirurgia. Já a DBS permanece como a principal opção para estágios avançados da doença.
A ampliação do acesso a essas tecnologias é fundamental para oferecer novas possibilidades de tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Parkinson. “É crescente a expectativa de que essas inovações sejam incorporadas de forma mais ampla na prática clínica, acelerando o acesso a terapias eficazes e personalizadas”, conclui o especialista.
Para saber mais sobre o trabalho do Dr. Marcelo Valadares e acompanhar novidades, acesse: www.marcelovaladares.com.br e siga @drmarcelovaladares nas redes sociais.