Inteligência Artificial revoluciona a detecção precoce de problemas cardíacos em mulheres antes da gravidez

Tecnologia da Mayo Clinic identifica insuficiência cardíaca oculta com alta precisão, contribuindo para a redução da mortalidade materna no Brasil

No mês em que se celebra o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, ambos em 28 de maio, uma inovação tecnológica traz esperança para a saúde feminina. Pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveram ferramentas de inteligência artificial (IA) capazes de detectar problemas cardíacos ocultos em mulheres em idade fértil, antes mesmo da gravidez. Essa descoberta pode ser um divisor de águas na prevenção de complicações graves e na redução das mortes maternas evitáveis.

Segundo dados do Instituto de Estudos de Política de Saúde (IEPS), cerca de 90% das mortes maternas no Brasil poderiam ser evitadas com intervenções adequadas. Nesse cenário, a aplicação da IA em exames simples, como o eletrocardiograma (ECG) e o uso de estetoscópios digitais, surge como uma solução promissora para identificar insuficiência cardíaca não diagnosticada, que muitas vezes passa despercebida até o momento da gestação.

O estudo, liderado pela Dra. Anja Kinaszczuk e pela Dra. Demilade Adedinsewo, foi publicado nos Annals of Family Medicine e avaliou a eficácia dessas tecnologias em dois grupos de mulheres entre 18 e 49 anos. No primeiro grupo, composto por 100 mulheres com ecocardiograma agendado, os dispositivos com IA demonstraram alta precisão na detecção de fração de ejeção do ventrículo esquerdo abaixo de 50%, um indicativo de fraqueza do músculo cardíaco. No segundo grupo, com mulheres atendidas em consultas de rotina, a IA identificou potenciais problemas cardíacos em até 3,2% dos casos com o estetoscópio digital.

Os resultados foram impressionantes: o IA-ECG apresentou uma área sob a curva (AUC) de 0,94, enquanto o estetoscópio digital com IA, Eko DUO, alcançou uma AUC de 0,98, comprovando a alta sensibilidade e especificidade dessas ferramentas. A Dra. Adedinsewo destaca que, considerando que quase metade das gestações não são planejadas e que até 2% das mulheres podem ter problemas cardíacos desconhecidos, o uso dessas tecnologias pode transformar o cuidado pré-natal, permitindo um melhor planejamento e tratamento precoce.

Além disso, essa pesquisa se apoia em estudos anteriores que já demonstraram o potencial da IA para detectar miocardiopatia relacionada à gravidez e insuficiência cardíaca em diferentes populações, incluindo ensaios clínicos realizados nos Estados Unidos e na Nigéria. A Mayo Clinic licenciou essas tecnologias para empresas como a Eko Health e a Anumana, ampliando o acesso a esses avanços.

Essa inovação representa um passo significativo para a saúde materna, especialmente em países como o Brasil, onde a mortalidade materna ainda é uma preocupação. A detecção precoce de problemas cardíacos pode salvar vidas, garantindo que mulheres em idade reprodutiva recebam o acompanhamento necessário antes, durante e após a gestação.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Mayo Clinic.

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