Diversidade com Dados: Transformando Inclusão em Vantagem Competitiva
Como métricas de diversidade, equidade, inclusão e pertencimento impulsionam inovação, engajamento e resultados empresariais
Mais do que uma agenda de recursos humanos, a cultura inclusiva tem se consolidado como vetor estratégico para empresas que buscam crescer com consistência, responsabilidade social e capacidade de inovação. No entanto, transformar esse compromisso em impacto real exige mais do que boas intenções: requer dados, métricas e inteligência analítica para orientar decisões.
Nesse contexto atua a PlurieBR, primeira plataforma SaaS do Brasil especializada em gestão de dados em tempo real sobre diversidade, equidade, inclusão e pertencimento (DEIP). Fundada por Laura Salles, especialista em DEI pela Universidade Cornell e professora do MBA de ESG da Saint Paul Escola de Negócios, a startup apoia empresas na integração de indicadores sociais às metas de desempenho. “Diversidade que não se conecta com dados e decisões estratégicas vira apenas discurso. A inclusão só é real quando tem impacto mensurável”, afirma Laura.
A PlurieBR realiza o mapeamento contínuo de indicadores como senso de pertencimento, representatividade e riscos psicossociais, aspectos que ganharão ainda mais relevância com a entrada em vigor da nova NR-01, prevista para 2026. “Estamos falando de ambientes emocionalmente seguros, onde as pessoas se sentem ouvidas, respeitadas e valorizadas. E isso precisa ser medido, ajustado e sustentado com base em dados reais”, explica a fundadora.
O diferencial da plataforma está na conexão entre métricas de DEIP e indicadores de negócios, como rotatividade, produtividade, clima organizacional e reputação pública. “Hoje já é possível analisar quanto tempo uma mulher leva para alcançar a liderança, como ela se sente na empresa e o quanto esse ambiente influencia sua permanência ou saída. Esse tipo de leitura é o que dá poder estratégico à diversidade”, afirma Laura. Além dos ganhos reputacionais, os impactos aparecem na performance. Estudo da consultoria McKinsey & Company aponta que empresas com maior diversidade étnica em cargos de liderança têm 33% mais chances de superar seus concorrentes em lucratividade.
No Brasil, dados da própria PlurieBR mostram que organizações que utilizam seus módulos há mais de seis meses registraram avanços significativos, como aumento na retenção de talentos diversos e redução nos relatos de assédio. “Estamos diante de um novo ciclo empresarial, em que diversidade, inovação e sustentabilidade caminham juntas. Por isso defendemos a meritocracia inclusiva, aquela que reconhece trajetórias distintas e oferece condições reais para que talentos diversos possam prosperar”, pontua Laura.
Para ela, o futuro do trabalho será plural, orientado por dados e sustentado por decisões mais inteligentes. “Sem inteligência de dados, diversidade segue sendo discurso. Com análise profunda, ela se torna uma vantagem competitiva”, conclui a especialista.
Por Carolina Lara
Artigo de opinião