Envelhecimento e Síndromes Respiratórias Graves: Por Que Idosos São Mais Vulneráveis ao VSR

Com o aumento da população idosa no Brasil, a prevenção contra o vírus sincicial respiratório torna-se essencial para garantir saúde e qualidade de vida.

O envelhecimento populacional é um fenômeno crescente no Brasil, impulsionado pelos avanços da medicina e melhorias nas condições de vida. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2030, o número de idosos no país deverá superar o de crianças e adolescentes, o que traz novos desafios para a saúde pública, especialmente no que diz respeito às síndromes respiratórias graves.

Dados recentes do Boletim Epidemiológico InfoGripe, da Fiocruz, apontam que até o dia 3 de maio de 2025, o Brasil registrou 24.571 hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Dessas, 50% dos casos e 11% dos óbitos nas quatro semanas anteriores foram atribuídos ao vírus sincicial respiratório (VSR), um agente altamente contagioso tradicionalmente associado a quadros respiratórios em bebês e crianças, mas que representa um risco significativo para idosos.

A vulnerabilidade dos idosos ao VSR está relacionada ao enfraquecimento natural do sistema imunológico com o avanço da idade, além da presença frequente de comorbidades como cardiopatias, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, diabetes e insuficiência renal. Conforme explica a Dra. Rosana Richtmann, infectologista e consultora em vacinas, “o sistema imunológico envelhece e se torna menos eficaz no combate a infecções, tornando os idosos mais suscetíveis a complicações graves”.

Os sintomas do VSR em pessoas acima de 60 anos podem ser inicialmente confundidos com um resfriado comum, mas podem evoluir rapidamente para quadros graves, como pneumonia, descompensação cardíaca e hospitalizações prolongadas. Um estudo da Fiocruz revelou que a taxa de letalidade por VSR entre idosos no Brasil chegou a 26% entre 2013 e 2023, valor até 20 vezes maior do que o observado em crianças. Além disso, cerca de um terço dos idosos hospitalizados por VSR relatam perda de funcionalidade para realizar atividades diárias mesmo após a alta hospitalar. Em idosos com insuficiência cardíaca, o risco de hospitalização por VSR pode ser 33 vezes maior do que em idosos sem essa condição.

Diante desse cenário, a vacinação surge como uma estratégia fundamental para proteger a população idosa. No Brasil, as vacinas Abrysvo® e Arexvy® estão disponíveis para pessoas com mais de 60 anos, administradas em dose única e com eficácia de até 85% na prevenção de quadros graves causados pelo VSR. A Dra. Rosana enfatiza que “a imunização é um investimento em uma sociedade mais resiliente, inclusiva e preparada para os desafios de um futuro em que viver mais deve significar, também, viver melhor”.

A vacinação pode ser realizada durante todo o ano, independentemente da sazonalidade do vírus, e pode ser aplicada simultaneamente a outras vacinas recomendadas para a faixa etária. Além disso, medidas preventivas simples continuam essenciais, como a higienização frequente das mãos, uso de máscaras em ambientes fechados, ventilação adequada dos espaços e evitar contato com pessoas gripadas, especialmente nos períodos de maior circulação viral, como outono e inverno.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados fornecidos pela assessoria de imprensa da Fiocruz e especialistas em saúde, reforçando a importância da prevenção e cuidados para garantir uma melhor qualidade de vida para os idosos diante do envelhecimento populacional e dos riscos das síndromes respiratórias graves.

👁️ 60 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar