Autismo na vida adulta: como o diagnóstico pode transformar vidas

Entenda a importância do reconhecimento tardio do autismo e como ele abre caminho para a autocompreensão, acolhimento e direitos garantidos

Em alusão ao Dia do Orgulho Autista, celebrado em 18 de junho, o neuropsicólogo Guilherme Cosme compartilha uma reflexão essencial sobre o impacto do diagnóstico de autismo na vida adulta. Mais do que um rótulo, o diagnóstico é uma ferramenta de libertação, que promove compreensão, acolhimento e fortalecimento da identidade.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento que acompanha a pessoa durante toda a vida, manifestando-se de formas variadas e muitas vezes sutis na fase adulta. Sintomas como sensação constante de ser “diferente”, dificuldades em interações sociais, hipersensibilidade sensorial e rigidez cognitiva são alguns dos sinais que podem indicar a presença do autismo em adultos.

Por muito tempo, o autismo foi associado apenas a crianças e retratado por estereótipos limitados, o que dificultou o reconhecimento de muitos adultos neurodivergentes. Guilherme Cosme destaca que muitos adultos autistas desenvolveram estratégias de camuflagem para se adaptar socialmente, o que pode levar a exaustão emocional e crises de identidade.

O processo de avaliação para diagnóstico deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar especializada, com destaque para a avaliação neuropsicológica, que analisa o funcionamento cognitivo, emocional e adaptativo do indivíduo. Essa avaliação é fundamental para diferenciar o TEA de outras condições com sintomas semelhantes, como ansiedade social e TDAH.

Mais do que um diagnóstico, esse processo é um convite à escuta e à empatia, valorizando a história de vida e os desafios enfrentados. Para muitos, o diagnóstico tardio representa um ponto de virada, permitindo reescrever a própria trajetória com mais clareza e respeito às singularidades.

Além do acolhimento emocional, o diagnóstico abre portas para o acesso a tratamentos adequados, como psicoterapia adaptada, suporte sensorial e treinamento de habilidades sociais. Também garante direitos previstos em lei, como benefícios sociais e adaptações no ambiente de trabalho ou concursos públicos.

Para quem suspeita ser autista, Guilherme Cosme recomenda buscar profissionais experientes em autismo na vida adulta, reunir relatos da infância e respeitar o próprio tempo durante o processo. O diagnóstico não muda quem a pessoa é, mas oferece uma nova lente para compreender sua história com mais generosidade.

“Se você sente que viveu por muito tempo em desconforto com o mundo ou consigo mesmo, saiba que merece compreensão, respeito e suporte. Nomear é validar, e validar é cuidar”, conclui o neuropsicólogo.

Este conteúdo foi elaborado com informações fornecidas pela assessoria de imprensa da INSELF Neuropsicologia Avançada.

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