Desafios e soluções para o acesso ao crédito das empreendedoras brasileiras

Apesar do crescimento do empreendedorismo feminino, mulheres ainda enfrentam barreiras financeiras e taxas de juros mais altas para expandir seus negócios

O protagonismo feminino no empreendedorismo brasileiro tem ganhado força nos últimos anos. Segundo dados do Sebrae, em 2024, as mulheres representavam 46,8% dos empreendedores iniciantes no país, um número que voltou a crescer após a retração provocada pela pandemia. Atualmente, mais de 10 milhões de mulheres lideram empresas no Brasil, demonstrando talento, liderança e resiliência. No entanto, apesar desse avanço, o acesso ao crédito bancário ainda é um grande desafio para muitas delas.

De acordo com Ana Claudia Badra Cotait, presidente do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), as empreendedoras enfrentam diversas barreiras para obter financiamentos, mesmo quando seus negócios apresentam sucesso e responsabilidade financeira. No primeiro trimestre de 2024, as mulheres responderam por 40% das operações de crédito concedidas, mas receberam apenas 29,4% do valor total liberado, cerca de R$ 32 bilhões dos R$ 109 bilhões destinados ao setor. Além disso, apenas 6% das mulheres conseguiram apoio financeiro para abrir seus negócios em 2023, enquanto a maioria precisou recorrer a recursos próprios.

Outro ponto preocupante é o custo do crédito. As empresas lideradas por mulheres pagam, em média, uma taxa anual de juros de 40,6%, superior aos 36,8% cobrados de empresas masculinas, mesmo com níveis semelhantes de inadimplência. Essa disparidade dificulta ainda mais a expansão e a competitividade dos negócios femininos.

Além das questões financeiras, as empreendedoras enfrentam obstáculos como a falta de bens em seus nomes para garantias, histórico de crédito limitado, informalidade e a sobrecarga de responsabilidades familiares, que impactam diretamente na gestão das empresas.

Para minimizar essas dificuldades, existem iniciativas importantes como o Programa Acredita Delas, que oferece aval de 100% para operações de crédito, capacitação e apoio técnico. Cooperativas como Cresol e Sicredi também desenvolveram linhas exclusivas para mulheres, com programas de educação financeira, mentorias e taxas diferenciadas. Em 2023, o Sicredi liberou mais de R$ 14 bilhões para negócios femininos, mostrando que é possível avançar nesse cenário.

Ana Claudia Badra Cotait destaca a importância de ações coordenadas entre governo, instituições financeiras e sociedade para ampliar políticas públicas com recorte de gênero, incentivar a educação financeira desde a escola, estimular a formalização dos negócios femininos e fortalecer redes de apoio como o CMEC. O conselho atua como um fórum de referência para estudos, debates e desenvolvimento de projetos que apoiam a mulher empreendedora em todo o Brasil.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do CMEC e reforça a necessidade de um ambiente mais justo e inclusivo para o crescimento do empreendedorismo feminino no país.

Para mais informações ou entrevistas, a assessoria do CMEC está disponível para contato.

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