Rituais de Fim de Semestre: Renovação de Energias e Reorganização de Caminhos

Como práticas espirituais profundas ajudam a limpar o passado e abrir espaço para novos começos com mais clareza e propósito

Com o encerramento do primeiro semestre, cresce a procura por rituais de limpeza, proteção e abertura de caminhos. Mais do que práticas simbólicas, esses rituais têm raízes profundas na espiritualidade, onde tempo e movimento são forças sagradas. Encerrar um ciclo, nesse contexto, não é apenas concluir uma etapa, mas reorganizar a energia, rever rotas e criar espaço para o novo.

No Candomblé, a estagnação é sinônimo de desequilíbrio, o excesso de demandas, as relações que drenam e os ambientes carregados afetam diretamente o campo espiritual e, por consequência, o corpo, a mente e a rotina. Os rituais de fim de ciclo funcionam como um reset: limpam o que adoece, protegem o que sustenta e abrem caminhos para o que se deseja viver. Essa é a base para qualquer recomeço.

“No final de um ciclo, é comum que a energia esteja travada e é por isso que nessa fase, muitas pessoas sentem cansaço, confusão, sensação de que estão dando muito e recebendo pouco. O ritual vem para realinhar esse campo, trazendo de volta a clareza, a presença e a capacidade de agir”, explica Eduardo Elesu, sacerdote de Esù.

As práticas variam conforme a necessidade de cada pessoa, por isso, não se trata de uma fórmula, mas de um direcionamento individualizado. É comum que tudo comece com a leitura do oráculo, que indica o que precisa ser limpo, o que deve ser protegido e quais caminhos podem ser ativados com mais fluidez e a partir dessas orientações, são prescritas práticas como banhos de ervas, rezas, oferendas e, em muitos casos, o ebó.

“Não é mágica, nem promessa fácil. É espiritualidade aplicada à vida e quando o campo está limpo e bem sustentado, a pessoa consegue tomar decisões com mais firmeza, se posicionar com mais clareza e voltar a sentir prazer em viver”, afirma Elesu.

Para quem encerra o semestre com a sensação de peso, desgaste ou desalinho, o ritual pode representar uma retomada de eixo. É uma forma de reconectar com a própria força e atravessar a segunda metade do ano com mais presença e propósito. A tradição ensina que todo ciclo tem começo, meio e fim e todo fim bem conduzido é também um renascimento com mais sabedoria.

E

Por Eduardo Elesu

sacerdote de Esù, dirigente do Ilê Odé Nlá Axé Alagbará, iniciado em nome de Oxóssi, consagrado como Elesu, líder de seu próprio Ilê, reconhecido pela precisão nos Jogos de Búzios, rituais de Ebó, encantamentos e processos iniciáticos

Artigo de opinião

👁️ 93 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar