Evento em São Paulo destaca avanços e desafios no cuidado ao autismo no Brasil

Especialistas, famílias e profissionais discutem diagnóstico, terapias e inclusão para pessoas com TEA em encontro multidisciplinar

Na última quarta-feira (15/05), São Paulo sediou o evento “O Futuro do Cuidado no Autismo – Desafios e Tendências do TEA no Brasil”, uma iniciativa conjunta do Futuro da Saúde, Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IPq), da pesquisadora Fernanda Tovar Moll (IDOR) e da jornalista Natalia Cuminale. O encontro reuniu especialistas da saúde, pesquisadores, profissionais da educação, representantes de associações e familiares para debater os caminhos do cuidado às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no país.

A programação abordou temas essenciais como diagnóstico precoce, acesso a terapias, formação de profissionais, inclusão escolar e políticas públicas voltadas ao autismo. Um dos pontos altos foi a troca de experiências entre especialistas e famílias, que proporcionou reflexões sensíveis e práticas sobre os impactos do TEA no cotidiano e as possibilidades reais de avanços na rede de atenção.

A Dra. Mônica Guerra, otorrinolaringologista, foniatra e representante da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), participou como painelista e destacou a importância de uma avaliação cuidadosa da linguagem e da fala em crianças com suspeita de TEA. Segundo ela, essa avaliação não serve apenas para orientar o tratamento precoce, mas também para garantir um diagnóstico diferencial preciso. “Toda criança com atraso de fala e linguagem deve passar por uma avaliação auditiva completa como parte inicial dessa investigação”, ressaltou. A médica enfatizou ainda que “falar não é apenas repetir palavras. É construir sentido, criar laços, expressar desejos. Terapias que valorizam o brincar, a troca, as entradas sensoriais e o envolvimento emocional são fundamentais”.

Dra. Mônica reforçou a necessidade de tratar o autismo com um olhar multidisciplinar, contínuo e centrado na criança, respeitando suas formas próprias de perceber e se comunicar com o mundo. Ela destacou que o evento foi um espaço técnico e humano, onde diferentes vozes e realidades enriqueceram as discussões e possibilitaram identificar pontos críticos do sistema, além de vislumbrar caminhos para transformar o cuidado às pessoas com TEA.

A iniciativa evidenciou a urgência de integrar a atenção primária e especializada, ampliar a capacitação de profissionais de saúde e educação e fortalecer a escuta ativa das famílias. A expectativa é que os debates avancem para propostas concretas que influenciem políticas públicas e estratégias de cuidado mais inclusivas e baseadas em evidências nos próximos anos.

Sobre a ABORL-CCF
Com mais de 70 anos de atuação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) promove o desenvolvimento da especialidade por meio de cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos. A entidade também atua na defesa da especialidade e na luta por uma remuneração justa para os mais de 8.500 otorrinolaringologistas do país.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa.

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