Endometriose: Entenda como a doença impacta a vida da mulher e a importância do tratamento adequado

Especialista esclarece dúvidas essenciais sobre sintomas, diagnóstico e cuidados para controlar a endometriose e preservar a qualidade de vida

A endometriose é uma condição que, apesar de não ser fatal, pode afetar profundamente o bem-estar físico e emocional das mulheres se não for diagnosticada e tratada corretamente. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 5% e 15% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil convivem com essa doença, que está associada a cerca de 40% dos casos de infertilidade feminina e a 60% das mulheres que sofrem com dor pélvica crônica.

Produzido com informações da assessoria de imprensa da Inspirali, principal ecossistema de educação médica do Brasil, este conteúdo traz respostas da Dra. Mírian Felicio Fernandes, ginecologista, obstetra e professora da Unisul/Inspirali, para as principais dúvidas sobre a endometriose.

A doença ocorre quando células do endométrio, que normalmente revestem o interior do útero, se desenvolvem fora da cavidade uterina, provocando inflamação crônica e fibrose. Entre os sintomas mais comuns estão a dor pélvica persistente, especialmente durante o período menstrual (dismenorreia), dor durante a relação sexual (dispareunia profunda), dor ao urinar, fadiga e, em muitos casos, infertilidade. No entanto, algumas mulheres podem ser assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico precoce.

A endometriose pode afetar diversas regiões do corpo, incluindo o peritônio, bexiga, intestino, cicatrizes cirúrgicas e até o diafragma e a pleura pulmonar. O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos, exame físico e exames complementares como ultrassom pélvico com preparo intestinal e ressonância magnética pélvica, que têm maior sensibilidade quando realizados por profissionais experientes.

Quanto ao tratamento, ele varia conforme os sintomas, características pessoais e objetivos da paciente. Para mulheres assintomáticas, o acompanhamento pode ser suficiente, enquanto para aquelas com dor intensa ou que não desejam engravidar no momento, há opções como tratamento hormonal (pílulas anticoncepcionais, progestágenos, inibidores hormonais) e cirurgia laparoscópica para remoção ou cauterização dos focos de endometriose. Além disso, terapias complementares como fisioterapia pélvica, nutrição anti-inflamatória, psicoterapia e exercícios físicos são recomendadas para reduzir o processo inflamatório e melhorar a qualidade de vida.

Embora não exista cura definitiva para a endometriose, é possível controlar os sintomas e minimizar os impactos da doença. A condição pode retornar após o tratamento, por isso o acompanhamento médico contínuo é fundamental. Mulheres em idade reprodutiva, especialmente entre o início da puberdade e os 30 anos, estão mais suscetíveis devido à influência do estrogênio nas células endometriais.

A origem da endometriose ainda não é totalmente compreendida, mas teorias apontam para a menstruação retrógrada, fatores genéticos e metaplasia celular como possíveis causas. Medidas como o uso de pílulas hormonais com progestágenos ou DIU hormonal podem retardar o desenvolvimento da doença, embora não a impeçam totalmente.

Se não tratada, a endometriose pode causar agravamento da dor, comprometendo a vida social, profissional, acadêmica e sexual da mulher, além de prejudicar a fertilidade. Embora raramente seja fatal, uma pequena parcela das pacientes pode desenvolver complicações graves, como a degeneração celular associada ao câncer de ovário.

Portanto, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para preservar a saúde e a qualidade de vida das mulheres com endometriose. Caso apresente sintomas ou tenha dúvidas, procure um ginecologista para avaliação e orientação especializada.

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