Gravidez na adolescência: entenda os impactos na saúde mental e como oferecer apoio
Psicóloga perinatal alerta para os desafios emocionais da maternidade precoce e dá dicas de acolhimento
Dados recentes indicam que 1 em cada 23 adolescentes brasileiras entre 15 e 19 anos se torna mãe a cada ano, um número que reforça a importância de discutir os impactos da gravidez na adolescência na saúde mental feminina. A psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto MaterOnline, destaca que essa fase é um dos períodos mais delicados para o equilíbrio emocional das jovens.
“A adolescência já é um período potencial de risco para ansiedade e depressão, e o período perinatal também é um período de risco. Imagine então quando esses dois períodos de risco se encontram”, explica Rafaela. Segundo pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), mais de 1 milhão de adolescentes tiveram filhos entre 2020 e 2022, e a situação é ainda mais grave entre meninas de 10 a 14 anos, faixa na qual qualquer gestação é considerada estupro de vulnerável.
Além dos riscos emocionais, a gravidez precoce está fortemente ligada a fatores sociais como privação, evasão escolar e falta de políticas públicas eficazes. Rafaela alerta para a ausência de diálogo aberto sobre sexualidade nas famílias e escolas, o que dificulta a prevenção. “O tabu de falar com adolescentes sobre sexo, sexualidade, pode aumentar os casos de gravidez na adolescência, sim. Precisamos que professores e escolas abram mais espaço para esse diálogo com os pais, para ensiná-los a conversar com os filhos”.
A psicóloga também destaca que o medo do julgamento e a insegurança são sentimentos comuns entre essas jovens. O relato de Nicole Gomes, que descobriu a gravidez aos 16 anos, ilustra bem essa realidade: “Fiquei em choque e pensei que não conseguiria dar conta. As pessoas sempre falam que uma gravidez na adolescência muda tudo, e eu tinha medo de não ter apoio”. Apesar do receio inicial, o apoio familiar foi fundamental para ela enfrentar os desafios da maternidade precoce.
Rafaela reforça que o acolhimento deve ser feito com empatia e respeito, envolvendo toda a rede de apoio, inclusive os parceiros, que muitas vezes são ignorados pela sociedade. “Acolher essas jovens com empatia e respeito é o primeiro passo para transformar o futuro delas e dos bebês.”
Para ajudar famílias, escolas e profissionais, a psicóloga indica cinco formas de acolher adolescentes grávidas: evitar julgamentos, incentivar o início do pré-natal, ficar atento a sinais de depressão, apoiar a continuidade dos estudos e orientar sobre os direitos disponíveis, como o acesso ao pré-natal gratuito pelo SUS e, quando cabível, ao aborto legal.
Com suporte adequado e um olhar sensível às barreiras culturais e sociais, é possível enfrentar os desafios da gestação precoce de forma mais segura e humana, promovendo saúde mental e qualidade de vida para essas jovens mães e seus bebês.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA