Quando o Dinheiro Pesa nas Amizades: Como Manter o Equilíbrio Financeiro e os Laços de Amizade
Entenda como a pressão social pode afetar suas finanças e descubra estratégias para preservar suas amizades sem comprometer seu orçamento
Sabe aquele momento em que a grana está curta, mas os amigos querem rachar a conta igual, mesmo você tendo consumido bem menos? Dizer “não” não pode ser um tabu ou motivo de vergonha. Segundo a pesquisa Dismorfia Financeira, do will bank, 71% das pessoas se sentem desconfortáveis em ir a alguns lugares devido às suas condições financeiras. Muitas vezes, a “pão durice” pode até gerar uma sensação de não pertencimento.
Não estar à vontade para dividir a conta e sentir constrangimento em falar sobre dinheiro representa um sentimento de Dismorfia Financeira. Isso acontece quando gastamos mais do que podemos para acompanhar um padrão que não é o nosso, ou, ao contrário, quando deixamos de gastar como gostaríamos para nos adequar ao estilo dos amigos. É como quando você queria ir a um restaurante mais caro, mas acaba topando um lugar mais simples só para não ser diferente do grupo.
Baseando-se no livro “A Mente Acima do Dinheiro”, de Brad e Ted Klontz, chamo de “Zona Financeira de Conforto” o ponto em que nos sentimos à vontade para gastar em determinados lugares. No entanto, quando alguns passeios começam a pesar no bolso, o desconforto surge.
E é justamente nos momentos de convívio com os amigos que esse desconforto costuma aparecer com mais força. Situações como escolher o lugar do rolê, acompanhar os pedidos da mesa ou decidir como a conta será dividida podem parecer simples, mas muitas vezes exigem coragem para impor limites. Caso contrário, pode afetar o equilíbrio financeiro.
Pensando nisso, aqui vão algumas dicas práticas para ajudar a lidar com a pressão social sem abrir mão das amizades ou do controle do próprio bolso:
Converse com seus amigos: Parece óbvio, mas muita gente evita. Falar sobre dinheiro com quem você confia pode fortalecer os vínculos e não o contrário.
Falar sobre divisão da conta é necessário: Quando perceber que a conta está chegando, aproveite o momento para sugerir como será feita a divisão. É preciso um pouco de coragem diante da pressão social, mas não há nada de errado em pagar apenas pelo que você consumiu. Para tornar a conversa mais natural, você pode dizer algo como: “Vamos rachar certinho o que cada um pediu, assim fica mais justo para todo mundo. O que acham?”
Respeite sua zona financeira de conforto: Nem todo convite precisa ser aceito, mas sugerir um lugar mais acessível pode ajudar você a participar sem comprometer o orçamento. A amizade de verdade cabe na vida real e não só no que parece bonito nas redes sociais.
Lembre que todo mundo já se sentiu assim em algum momento: A vergonha diminui quando a gente percebe que não está sozinho. A vida financeira não é estática e nem linear, o que importa é encontrar formas justas de manter os vínculos, sem pesar no bolso (ou na consciência).
Por Mila Gaudencio
Consultora financeira do will bank
Artigo de opinião