Jovens hiperconectados e isolados: o impacto da tecnologia na saúde emocional

Entenda como o uso excessivo da tecnologia afeta as relações e o bem-estar das novas gerações

O Brasil é o segundo país do mundo onde os usuários passam mais tempo conectados à internet, com uma média diária de 9 horas e 13 minutos, conforme o relatório “Digital 2024 – Global Overview Report”, produzido pelas agências We Are Social e Meltwater. Esse cenário de hiperconexão tem impactos profundos, especialmente entre os jovens, que cresceram com a tecnologia integrada ao cotidiano.

Segundo o psicanalista Francis Willian Bueno Lourenço, professor de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Câmpus Londrina, a tecnologia condiciona os jovens a uma lógica de velocidade. “A tecnologia nos condiciona a uma lógica de velocidade. Um clique parece resolver tudo. Mas a vida real exige processos, tempo e paciência, e isso entra em choque com a urgência que as plataformas digitais impõem”, explica. Essa disparidade entre o tempo acelerado do virtual e o ritmo da vida prática pode gerar frustrações, principalmente no mercado de trabalho, onde muitos jovens esperam crescimento rápido e imediato.

Além disso, a vida digital, muitas vezes restrita ao ambiente do quarto, cria uma sensação de controle e proteção que não se traduz no mundo real, imprevisível e cheio de desafios. “Essa vida virtualizada, muitas vezes restrita ao ambiente do quarto, gera uma sensação de controle e proteção. Mas o mundo fora da tela é imprevisível, exige enfrentamentos, e nem tudo acontece no tempo desejado”, complementa Lourenço.

Os impactos vão além do social e atingem a saúde emocional. Dados da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS mostram que, em 2023, a taxa de adolescentes atendidos por ansiedade foi de 157 casos por 100 mil habitantes, superando a taxa em adultos, que foi de 112,5 por 100 mil. Entre crianças de 10 a 14 anos, o índice também é alto, chegando a 125,8 casos por 100 mil. Especialistas associam esse aumento, em parte, ao uso excessivo de celulares e redes sociais, que impõem uma pressão constante, levando à sobrecarga emocional e ao isolamento.

“É uma geração que está permanentemente estimulada, mas emocionalmente esgotada. A tecnologia, quando usada de forma compulsiva, pode gerar um vazio e afetar diretamente o bem-estar psíquico”, observa o psicanalista.

No entanto, Lourenço ressalta que a tecnologia não deve ser vista como vilã. “Ela tem inúmeros benefícios. A questão está na forma como a usamos. Precisamos retomar espaços de convivência, brincar e conversar fora do ambiente digital. O desafio é equilibrar o virtual e o real para promover uma vida mais prazerosa e integral”, conclui.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da PUCPR, trazendo uma reflexão importante para jovens e suas famílias sobre o uso consciente da tecnologia e a busca por um equilíbrio saudável entre o mundo digital e a vida real.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

👁️ 94 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar