Depressão pós-parto: saiba como identificar e apoiar quem vive essa realidade
Entenda os sinais da depressão pós-parto, seus impactos e o papel fundamental da família, especialmente dos pais, no acolhimento e tratamento
A depressão pós-parto é uma condição que afeta cerca de 25% das mães brasileiras, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Muito mais do que tristeza passageira, esse transtorno pode comprometer a saúde mental e física da mulher, além de interferir na relação com o bebê e no convívio social. Por isso, identificar seus sintomas precocemente é essencial para garantir o bem-estar da mãe e do recém-nascido.
Essa condição surge a partir de uma combinação de fatores físicos, emocionais e sociais. Após o parto, a queda abrupta dos hormônios estrogênio e progesterona pode desregular o equilíbrio químico cerebral, desencadeando alterações de humor. Além disso, a exaustão física e emocional causada pela adaptação à rotina intensa de cuidados com o bebê, somada às frequentes interrupções no sono, pode aumentar a sensação de sobrecarga e tristeza.
De acordo com a psicóloga Natália Reis Morandi, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, os sintomas mais comuns incluem cansaço extremo, dificuldade para realizar tarefas diárias, perda de interesse em atividades antes prazerosas, problemas para dormir mesmo com o bebê descansando e dificuldades para se conectar emocionalmente com o filho. “Esses sinais prejudicam a qualidade de vida da mãe e podem agravar seu estado emocional”, alerta a especialista.
O histórico de saúde mental da mulher também é um fator importante: mães com antecedentes de depressão ou ansiedade têm maior propensão a desenvolver a depressão pós-parto. Além disso, pressões sociais e familiares, como expectativas irreais sobre a maternidade e a falta de apoio, aumentam a vulnerabilidade.
É fundamental que a mãe receba apoio imediato, seja de familiares, amigos ou profissionais de saúde. Morandi destaca que o isolamento social e os impactos nos relacionamentos são comuns, reforçando a necessidade de uma rede de cuidado humanizada.
Nesse contexto, o papel do pai é decisivo. Ele deve estar atento aos sinais de irritabilidade, mudanças de humor e sensação de sobrecarga da parceira, promovendo um ambiente acolhedor e de diálogo aberto, sem julgamentos. Algumas dicas práticas para os pais incluem:
– Informar-se sobre a depressão pós-parto, compreendendo seus sintomas e impactos;
– Participar ativamente das tarefas diárias, ajudando nos cuidados com o bebê e na organização da casa;
– Estimular a busca por apoio profissional, acompanhando a mãe em consultas quando possível;
– Cuidar da própria saúde emocional para oferecer suporte consistente.
“O cuidado humanizado começa em casa, e pequenas ações feitas com atenção e carinho podem transformar esse período desafiador em um momento de fortalecimento familiar”, conclui Morandi.
A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, referência em atendimento multidisciplinar, reforça a importância do diagnóstico precoce e do suporte integral para mães que enfrentam a depressão pós-parto, contribuindo para a saúde e qualidade de vida de toda a família.
Se você ou alguém próximo apresenta sintomas compatíveis com a depressão pós-parto, procure ajuda especializada. O acolhimento e o tratamento adequados são caminhos fundamentais para a recuperação e o bem-estar.