Transtornos mentais em jovens: saiba identificar os sinais e buscar ajuda precoce

Especialista do CEJAM alerta para sintomas preocupantes em crianças e adolescentes e destaca a importância do diagnóstico

Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que um em cada sete jovens entre 10 e 19 anos sofre de algum transtorno mental, representando cerca de 15% da carga global de doenças nessa faixa etária. Entre as principais causas de incapacidade estão a depressão, ansiedade e distúrbios comportamentais.

A psiquiatra Dra. Carla Vieira, do CAPS Infantojuvenil II M’Boi Mirim, unidade gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, explica que os transtornos mentais na infância e adolescência resultam de uma combinação complexa de fatores genéticos, ambientais, psicológicos e sociais. “Traumas na infância, como violência doméstica, negligência, abuso, bullying e pobreza extrema, afetam diretamente o desenvolvimento do cérebro, especialmente regiões como o hipocampo e a amígdala, impactando áreas responsáveis pelo controle emocional, cognição e resposta ao estresse.”

Um estudo da Faculdade de Medicina da USP, divulgado em fevereiro de 2025, indica que mais de 80% dos jovens brasileiros já passaram por pelo menos um evento traumático até os 18 anos, o que impacta diretamente a saúde mental. A genética pode explicar de 30% a 50% da predisposição, mas são os fatores ambientais e sociais que costumam determinar a manifestação dos transtornos, especialmente em contextos de exclusão, desigualdade e violência.

A médica alerta que jovens em sofrimento emocional, muitas vezes sem diagnóstico, podem buscar nas drogas uma forma de alívio. “Meninas vítimas de violência sexual e meninos expostos a contextos violentos estão entre os grupos mais vulneráveis. A busca por substâncias é uma forma de lidar com o estresse e a ansiedade, o que pode agravar ainda mais a situação.” Além disso, o uso precoce de álcool e maconha está associado ao desencadeamento ou agravamento de transtornos como esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão.

Outro fator de risco em evidência é o uso excessivo das redes sociais, que pode intensificar sentimentos de inadequação e facilitar o acesso a conteúdos prejudiciais. “O cyberbullying está diretamente ligado a casos de automutilação, ideação suicida e transtornos depressivos”, destaca a especialista.

Os principais sinais de alerta incluem mudanças bruscas de comportamento, irritabilidade, isolamento, queda no desempenho escolar, automutilações e falas sobre morte ou suicídio. “Esses sintomas devem ser levados a sério e acompanhados por profissionais de saúde mental”, reforça a Dra. Carla.

No CAPS Infantojuvenil II M’Boi Mirim, crianças de 5 a 10 anos são a maioria dos atendimentos, com destaque para autismo infantil (26%), transtorno de atenção e hiperatividade (12%) e transtornos desafiadores e de oposição (12%). A maior parte dos casos atendidos são meninos (71%), e os encaminhamentos vêm principalmente das escolas e Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

O modelo de cuidado do CAPS inclui atendimentos individuais, em grupo e familiares, com suporte multiprofissional, e funciona com “portas abertas”, sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento.

O CEJAM, entidade filantrópica que gerencia a unidade, reforça seu compromisso com a promoção da saúde mental e o combate ao estigma, que ainda impede muitas famílias de buscar ajuda. “Tratar saúde mental como prioridade é urgente e essencial para garantir o futuro desta geração”, conclui a especialista.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do CEJAM.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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