Ortodontista Patrícia Alves: da inspiração em paciente com câncer à referência em casos complexos no Brasil

Como uma história de superação transformou a carreira de uma especialista em devolver sorrisos e dignidade

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A ortodontista Patrícia Valéria Milanezi Alves não imaginava que um paciente com câncer avançado na mandíbula redefiniria sua trajetória profissional. Diante de um homem que havia perdido parte da estrutura óssea facial após três cirurgias fracassadas, ela não apenas encontrou uma solução técnica, mas também descobriu sua missão: usar a ortodontia para reconstruir vidas.

O caso que mudou tudo
O paciente, na casa dos 40 anos, chegou ao consultório de Patrícia em Porto Alegre com um quadro complexo. A prótese mandibular não se fixava devido à perda óssea. Com planejamento ortodôntico preciso, a especialista permitiu a fixação bem-sucedida do implante. “A ortodontia, nesse contexto, vai além da estética. É sobre restaurar funções e autoestima”, reflete a doutora, formada pela PUC-PR e com mestrado e doutorado pela UFRJ.

Carreira acadêmica e prática integradas
Patrícia recusou uma carreira militar na Marinha para se dedicar à ortodontia cirúrgica. Com fellowship nos EUA em deformidades crânio-maxilofaciais, tornou-se ponte entre a odontologia e a medicina. Seu trabalho auxilia equipes de cirurgia bucomaxilofacial, plástica e cabeça/pescoço. “Definir o posicionamento ósseo é crucial para o sucesso da cirurgia”, explica.

Casos que inspiram
Além de casos oncológicos, a ortodontista evita cirurgias em jovens. Um adolescente com prognatismo mandibular (má oclusão classe 3) teve a condição revertida com aparelho e máscara facial, sem necessidade de intervenção cirúrgica. “Ver um paciente entrar na faculdade com o sorriso que sonhou é inigualável”, emociona-se.

Pesquisa e humanização
Autora de artigos sobre epidermólise bolhosa e anemia falciforme, Patrícia defende uma odontologia integrada. Seu protocolo inovador de prevenção de cáries será apresentado em Viena. “O dente não anda sozinho. Ele dialoga com o corpo e a história do paciente”, enfatiza.

Com 30 anos de carreira, Patrícia Alves prova que a ortodontia pode ser instrumento de transformação social — um sorriso de cada vez.

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