Hermès assume liderança no luxo: entenda a valorização e os reflexos no Brasil
Enquanto LVMH enfrenta polêmicas, marca francesa conquista topo do mercado com artesanato exclusivo e estratégia sem produção na China. Como isso afeta os consumidores brasileiros?
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A Hermès acaba de ultrapassar a LVMH (dona de Louis Vuitton e Dior) como a grife mais valiosa do mundo, atingindo € 249 bilhões em valor de mercado. O movimento ocorre em um momento delicado para o setor, após vídeos virais mostrarem supostas fábricas chinesas produzindo bolsas de luxo a custos baixíssimos – o que derrubou as ações da concorrente. Mas o que está por trás da resistência da Hermès e como isso impacta o mercado brasileiro?
Exclusividade como blindagem
Lilian Marques, CEO da Front Row (maior reseller de luxo do Brasil), explica que o diferencial da Hermès está na produção 100% francesa, desde a matéria-prima até o acabamento artesanal. “A marca nunca terceirizou para a China. Cada peça é feita em oficinas próprias, o que justifica preços altos e escassez”, diz. Enquanto outras grifes enfrentam questionamentos sobre transparência, a estratégia da Hermès reforça seu status como símbolo de autenticidade.
Guerra comercial EUA-China: efeitos em cascata
As novas tarifas de importação de 10% nos EUA – maior consumidor global de luxo – já levaram a Hermès a anunciar reajustes a partir de maio. Para Lilian, isso pode redirecionar a demanda: “Se os preços dispararem lá, mercados como o Brasil ganham relevância, tanto para compras diretas quanto no mercado secundário”. Dados da MCF Consultoria projetam crescimento de 15% no setor no país em 2025.
Brasil: maturidade e oportunidades
O consumidor brasileiro está mais estratégico, segundo a especialista: “Não é só sobre preço, mas valorizar peças exclusivas e sustentáveis”. Resellers como a Front Row se beneficiam dessa tendência, oferecendo itens raros sem filas de espera – como a icônica Birkin, cuja valorização histórica supera até o ouro.
O futuro do luxo pós-crise
A valorização da Hermès reforça uma mudança no mercado: em tempos de incerteza, produtos com narrativas sólidas de autenticidade e artesanato se tornam “ativos” mais seguros. Para o Brasil, a alta demanda internacional pode significar tanto aumento de preços quanto maior visibilidade como polo consumidor – um cenário que exige atenção de quem deseja investir em peças de alto padrão.
*Com informações de Business of Fashion e MCF Consultoria.*