Fundação Butantan sob suspeita: Contradições em contrato milionário de logística
Prazo expirado, documentos inacessíveis e versões conflitantes colocam em xeque transparência de licitação
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A Fundação Butantan, instituição referência em saúde pública no Brasil, está no centro de uma polêmica envolvendo um contrato milionário para serviços de logística, armazenagem e distribuição. Denúncias apontam uma série de irregularidades no processo licitatório, levantando dúvidas sobre a transparência e legalidade da contratação.
### Prazo expirado e documentos inacessíveis
O contrato com a empresa Simas, vencedora da licitação, foi assinado em setembro de 2024, com previsão de início das operações em abril de 2025. No entanto, o prazo expirou sem que a empresa demonstrasse capacidade para assumir os serviços. A Andreani, segunda colocada no processo, foi informada de que a documentação técnica da Simas — exigência do edital — estaria disponível para consulta em 16 de abril. Porém, ao comparecer à sede da Butantan, a equipe jurídica da Andreani constatou que os documentos não estavam acessíveis, apenas cópias de e-mails e notificações extrajudiciais.
### Transição problemática e riscos à saúde pública
Em comunicado oficial, a Fundação Butantan informou que intensificará a transferência de materiais para a Simas a partir de 22 de abril, mas determinou que a Andreani continue responsável pelas operações logísticas durante a transição. A medida, segundo a Andreani, evidencia a falta de estrutura da empresa vencedora para cumprir o contrato no prazo estipulado, colocando em risco a cadeia de abastecimento de soros e vacinas.
### Indícios de irregularidades
Entre as suspeitas levantadas estão:
– Aceitação de proposta sem documentação obrigatória;
– Preços considerados inexequíveis;
– Procedimentos atípicos durante o pregão, como envelopes sem identificação e participação de concorrentes fora do horário;
– Dificuldades de acesso ao certame, comprometendo a igualdade entre participantes.
### Posicionamento da Andreani
Fernando Correa, presidente da Andreani, criticou a condução do processo: *”É difícil acreditar que uma fundação como a Butantan tenha agido de forma tão desastrosa. Ignorar requisitos básicos, como a escolha de um fornecedor com registro na Anvisa, coloca em risco a segurança da saúde pública.”*
A Andreani, que atua há 23 anos no Brasil, destacou sua estrutura especializada em logística de saúde, incluindo áreas climatizadas para armazenamento de vacinas e medicamentos. A empresa reforçou seu compromisso com a continuidade operacional, mesmo sem contrato vigente, para evitar impactos na saúde pública.
Enquanto as dúvidas persistem, a Fundação Butantan ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações. O caso levanta preocupações sobre a gestão de recursos públicos e a segurança de um setor crítico para o país.
Informações à imprensa: Way Comunicações (contatos no texto original).