Dor ao Sentar ou com Roupas Apertadas: Entenda os Sinais do Seu Corpo

Desconfortos íntimos podem indicar problemas de saúde que merecem atenção e tratamento especializado

Você já sentiu aquele desconforto ao ficar sentada por um longo período, ao usar uma calça mais justa ou até mesmo durante a prática de atividades físicas? Se sim, saiba que você não está sozinha. Esse tipo de dor, que pode se manifestar como ardência, queimação ou sensibilidade excessiva, é mais comum do que muitas mulheres imaginam. Embora a maioria trate esse incômodo como algo temporário, ele pode ser um sinal de que o corpo está pedindo atenção.

De acordo com a pesquisa encomendada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e realizada pelo Instituto Datafolha em 2023, cerca de 4 milhões de mulheres nunca buscaram atendimento para cuidados ginecológicos, e 43% das brasileiras não realizam exames de rotina. Esse dado é um alerta sobre a necessidade de atenção contínua à saúde íntima, especialmente para aquelas que ainda não deram a devida importância ao cuidado preventivo.

O que pode estar por trás do incômodo? Entre as mais comuns estão a atrofia vaginal, o vaginismo, infecções recorrentes como a candidíase crônica, alteração nos lábios vaginais e até a vulvodínia. O uso de peças apertadas, inclusive as feitas de tecidos sintéticos, pode dificultar a ventilação da área, promovendo o aparecimento de irritações, prurido, acúmulo de calor e até infecções. Isso torna a região ainda mais sensível, aumentando o risco de desconfortos e inflamações.

Quando procurar um especialista? Se o desconforto for persistente ou interferir nas atividades diárias, é hora de consultar um ginecologista. Muitas mulheres acreditam que essa dor é “normal” ou que desaparecerá por conta própria, o que pode adiar o diagnóstico e dificultar o tratamento. Graças à tecnologia, existem diversos tratamentos disponíveis conforme a necessidade do paciente. Em casos de alterações na vulva, a ninfoplastia ou o uso de laser íntimo podem ser indicados.

Estudos, como os publicados nas revistas Menopause (2021) e Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, mostram que o uso do laser CO₂ pode aliviar sintomas como ressecamento, queimação e dor, especialmente em mulheres com síndrome geniturinária da menopausa. O tratamento tem se mostrado eficaz e seguro, trazendo alívio para as pacientes e melhorando sua qualidade de vida.

Escutar seu corpo é fundamental. Ignorar esses sinais pode agravar a situação e afetar ainda mais o bem-estar. Buscar a orientação de um profissional é o primeiro passo para identificar a causa e restaurar o conforto no seu dia a dia.

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Por Dra. Mirelle José Ruivo

Médica formada pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP); especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); especialização em Videolaparoscopia e Cirurgia Minimamente Invasiva; Fellow em Videolaparoscopia no McGill University Health Center, Montreal, Canadá; CEO da Mulherez, rede especializada em cirurgia e rejuvenescimento íntimo feminino.

Artigo de opinião

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