Afastamentos por saúde mental batem recorde no Brasil e adiamento da NR-1 preocupa especialistas
Especialista em psicologia organizacional alerta para os riscos da falta de prevenção e gestão de transtornos mentais no trabalho
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Os afastamentos por saúde mental no Brasil atingiram o maior número em uma década, segundo dados recentes do INSS. Somente em 2024, foram registrados mais de 470 mil casos de afastamento por transtornos mentais, um cenário que preocupa especialistas e empresas. O adiamento da implementação da nova NR-1, que trata de capacitação e treinamento em saúde e segurança no trabalho, acende ainda mais o alerta para a necessidade de ações preventivas.
Ricardo Mattos, CEO da Vetor Editora e especialista em psicologia organizacional, destaca a importância de políticas eficazes para lidar com o problema. “A saúde mental no ambiente corporativo não pode ser negligenciada, especialmente em micro e pequenas empresas, que muitas vezes não têm estrutura para identificar e tratar esses casos”, afirma.
O impacto do adiamento da NR-1
A nova NR-1, que deveria entrar em vigor em 2024, foi adiada, deixando muitas empresas sem diretrizes claras para a prevenção de transtornos psicológicos no trabalho. Mattos ressalta que a falta de treinamento e capacitação pode agravar quadros como ansiedade, depressão e burnout, afetando não apenas os colaboradores, mas também a produtividade e a cultura organizacional.
Burnout e ferramentas de prevenção
O burnout, síndrome relacionada ao esgotamento profissional, é um dos principais responsáveis pelos afastamentos. Para ajudar empresas a identificar sinais precoces, a Vetor Editora, parte do grupo Giunti Psychometrics, desenvolveu a Escala Brasileira de Burnout (EBBurn). “Essa ferramenta permite que gestores e RHs atuem de forma proativa, criando ambientes mais saudáveis e reduzindo os riscos de afastamentos”, explica Mattos.
Soluções acessíveis para saúde mental corporativa
A Vetor Editora tem se dedicado a criar soluções práticas e acessíveis para o cuidado com a saúde mental nas empresas. Além da EBBurn, a empresa oferece capacitações e materiais que auxiliam na implementação de políticas de bem-estar emocional. “Investir em saúde mental não é um custo, mas um benefício que retorna em produtividade e qualidade de vida”, conclui o especialista.
Diante do cenário atual, a discussão sobre saúde mental no trabalho se torna urgente. Empresas que não se adaptarem podem enfrentar consequências graves, desde a perda de talentos até prejuízos financeiros. A palavra de ordem, segundo Mattos, é prevenção.