Dirofilariose: Verme do coração ameaça os pets e preocupa ainda mais no verão
A estação mais quente do ano vem acompanhada de alguns alertas para os tutores de pets, e um deles é a prevenção da dirofilariose, o verme do coração. A doença, que ainda para alguns é desconhecida, pode ser grave e até levar a óbito, se não for tratada.
O verme do coração, também conhecido como dirofilariose, é uma doença que afeta os pets e pode ser grave, se não for detectada e tratada a tempo. No Brasil, ainda há carência de informações sobre a dimensão dessa doença, o que dificulta o entendimento da sua prevalência no país. A médica-veterinária Ana Carolina Both, Gerente de Serviços Técnicos da Zoetis, que é parceira do Grupo Hospitalar Pet Support, destaca que existem estudos publicados sobre o assunto, mas muitos deles são realizados em regiões específicas, o que limita a compreensão da situação em âmbito nacional.
De acordo com estudos realizados, a frequência da doença aumentou significativamente nos últimos anos. Em 2003, a prevalência era de 3%, e em 11 anos, 2014, esse número cresceu para 23%. Embora não haja dados específicos para 2023, essas informações evidenciam que a doença está presente e em ascensão no Brasil. “Por isso, é importante lembrar que as pulgas e carrapatos não devem ser a única preocupação, principalmente durante o verão”, destaca Ana Carolina.
A transmissão do verme do coração para cães e gatos ocorre por meio da picada de mosquitos de diversos gêneros, infectados pelo parasita, o que explica a maior incidência da doença durante o verão, quando esses insetos estão mais ativos. Apesar de não ser um problema tão diagnosticado e discutido no Rio Grande do Sul, a médica-veterinária destaca que há registros da doença no estado e que, devido à mobilidade dos animais, especialmente em estados vizinhos como Santa Catarina, é importante estar atento e prevenir a doença.
“Para um pet ficar doente, ele precisa ser picado por um mosquito que esteja infectado com as larvas do verme do coração. Após isso, o processo é que em poucos dias, essas larvas se desenvolvem e, através da corrente sanguínea, chegam ao coração, onde vão se instalar para completar seu ciclo e causar a doença”, explica Ana Carolina.
Ainda conforme a médica-veterinária, o pet infectado pode apresentar alguns sintomas que podem ser confundidos com outras doenças cardíacas: “tosse seca, falta de ar, mucosas pálidas ou arroxeadas são alguns dos sintomas que podem aparecer. Com o tempo, o verme do coração cresce e toma conta de grande parte do órgão e grandes vasos pulmonares e assim começa a atrapalhar o funcionamento cardiorrespiratório “.
A prevenção é fundamental, pois a dirofilariose pode ser evitada por meio de uma única aplicação anual de medicamento preventivo, de forma simples e prática. De acordo com Ana Carolina, “o custo da prevenção é muito menor do que o tratamento da doença, que pode ser oneroso e impactante tanto para os animais quanto para seus tutores. Além disso, o aspecto emocional de ter um animal doente é significativo, o que reforça a importância de conscientizar as pessoas sobre a existência da doença e a sua prevenção, ainda que o verme do coração tenha cura”.
“É indispensável que os tutores estejam atentos à saúde de seus animais de estimação e conversem com um médico-veterinário para realizar a prevenção adequada contra o verme do coração, prevenir sempre será a melhor escolha”, finaliza a médica-veterinária.