Seis dicas para cuidar da saúde dos pets idosos
Atenção e cuidados especiais promovem qualidade e expectativa de vida para cães e gatos na terceira idade
Aos sete anos de idade uma criança está aprendendo a ler e a escrever e adora passar o tempo brincando intensamente. Já um cão, por volta dos sete anos, começa a apresentar pelos brancos na face, dificuldades de mobilidade e letargia. Uma criança de 11 anos entra na pré-adolescência. Na mesma idade, o olfato, o paladar e a audição de um gato começam a reduzir, problemas dentários e falta de apetite começam a surgir. A terceira idade chega bem depressa para os cães e os gatos, por isso, os tutores devem se preparar para essa fase que exige cuidado redobrado.
Pele mais fina e ressecada, maior tempo de sono, redução das atividades físicas, da audição e do olfato são sinais comuns do envelhecimento, porém, é preciso estar alerta às alterações. “Conhecer bem os hábitos do pet é a chave para diferenciarmos rapidamente pequenas mudanças relacionadas à idade, de sinais clínicos de uma doença mais grave”, afirma a médica veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade. Pets idosos têm maior probabilidade de desenvolver catarata, câncer, obesidade ou perda de peso, diabetes, doenças bucais, insuficiência renal, síndrome da disfunção cognitiva, doenças cardíacas e neurodegenerativas, paralisia ou fraqueza das extremidades, convulsões, osteoartrite e osteoartrose.
Algumas dicas vão contribuir para o bem-estar dos pets na terceira idade:
Check-ups periódicos
O ideal é que o intervalo entre as consultas de rotina seja menor: ao menos a cada seis meses. Exames de sangue e de imagem podem ser necessários pelo menos uma vez ao ano, conforme as condições clínicas, o histórico e a idade do paciente. “É comum que o médico veterinário passe a solicitar exames cardiológicos, ultrassonografia e check-ups sanguíneos como forma de garantir um diagnóstico precoce de doenças relacionadas à terceira idade. Terapias integrativas, que colaborem com a mobilidade e o controle da dor, como fisioterapia e acupuntura, também podem ser indicadas”, comenta Farah.
Atividade física adequada
Dificuldades de locomoção e dores vão fazer com que o pet se exercite menos, porém, a atividade física é fundamental para evitar a obesidade e a perda de massa magra. Tente manter a atividade física do pet de acordo com as novas condições: caminhadas mais leves em terrenos mais planos e menos escorregadios e brincadeiras menos intensas para os cães; túneis, caixas de papelão e móveis mais baixos para os gatos.
A saúde mental do pet não pode ser esquecida. Por isso, vale investir em brincadeiras e brinquedos que estimulem a caça ao alimento e ajudem a distraí-lo.
Ambiente adaptado
Os pets também podem ter problemas de visão e redução do olfato e da audição, então é importante retirar móveis e objetos que ofereçam riscos, evitar o acesso à piscina, a terrenos desnivelados e locais de passagem dos carros.
Adaptar o ambiente com rampas e pisos menos escorregadios vai evitar que forcem as articulações, já desgastadas com a idade. Comedouros e bebedouros elevados evitarão esforço extra da coluna e colaboram com a digestão. Além disso, vale distribuir mais bebedouros e fontes de água pela casa para incentivar que os pets, especialmente os gatos, bebam mais água, colaborando com a prevenção de problemas renais.
Alimentação especial
Animais idosos têm digestão mais lenta e mais dificuldade na mastigação, portanto, ofereça uma alimentação própria para essa fase. Rações para pets seniores têm grãos que facilitam a mastigação e ingredientes específicos para a idade e o porte dos animais. Também vale optar pelo mix feeding (mistura de ração seca com úmida) para estimular o apetite do pet, também mais caprichoso nessa fase. Alimentação natural também é uma excelente alternativa, porém, vale lembrar que deve ser receitada e acompanhada por um médico veterinário especialista. A introdução de vitaminas, suplementos e nutracêuticos junto à dieta também pode ser indicada.
Prevenção sempre
A higiene bucal é importante em todas as fases da vida do pet e, muitas vezes, é preciso fazer o tratamento periodontal para evitar doenças mais graves e a perda dos dentes. Cabe ao médico veterinário indicar a limpeza ou não, conforme as condições de saúde do animal, mas o tutor deve manter os cuidados diários para a manutenção da saúde bucal.
Os demais cuidados rotineiros também continuam, como a vacinação e a vermifugação e o uso de repelentes e protetor solar. “É importante reforçar que é preciso usar produtos de higiene e cuidados específicos para os pets, evitando assim intoxicação e ressecamento da pele. Pets idosos costumam ter a pele mais fina e seca, então a dica é usar shampoos, condicionadores e leave-in que colaborem com a hidratação da pele e dos pelos. A aplicação de hidratante de patinhas nos coxins, focinho e cotovelos, especialmente dos cães de grande porte, vai proteger a pele e evitar fissuras”, recomenda a veterinária.
Inovação e cuidado personalizado
Mais do que em qualquer idade, o pet idoso precisa de acompanhamento veterinário, com cuidados e tratamentos adequados à sua idade, porte, histórico e condições de saúde. A medicina veterinária está sempre em evolução e o tutor pode desfrutar dos benefícios para oferecer melhores condições para o seu pet.
“Um dia eles estão pulando e brincando sem parar, no outro, já estão precisando de cuidados especiais e de mais medicamentos, porém, a dificuldade em aceitar a medicação é ainda maior. Percebemos, no nosso dia a dia, o aumento da procura por medicamentos manipulados para facilitar o tratamento dos pets idosos. Caldas e molhos com sabor têm sido grandes aliados dos tutores”, revela a farmacêutica e sócia-proprietária da DrogaVET, Sandra Schuster.
Os medicamentos manipulados são produzidos na dose exata para o pet e o tutor pode solicitar que o medicamento seja feito em uma forma farmacêutica que o animal prefira, como biscoitos, pastas, xaropes, caldas e molhos e flavorizados com sabores como carne, bacon, leite condensado, banana, beijinho, entre outros, o que facilita a adesão ao tratamento. Além disso, alta tecnologia e bioengenharia avançada têm sido usadas para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de fármacos e fórmulas, como o nanoencapsulamento de ativos e o uso de ácido hialurônico reticulado em medicamentos oftálmicos. Novidades não faltam para que o tutor e o médico veterinário possam oferecer tratamentos que garantam a qualidade de vida dos pets.