Varíola dos macacos e reprodução assistida: SBRA divulga nota técnica com orientações

Entre outras informações, o documento traz recomendações sobre os fatos, sinais e sintomas da doença para os estabelecimentos de saúde reprodutiva

A Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) divulgou nesta semana uma nota técnica para orientar as clínicas de reprodução do país na implementação de medidas que possam minimizar o risco de transmissão da Varíola dos Macacos nos procedimentos de reprodução assistida. O documento traz, entre outras informações, a importância do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pelos profissionais de saúde e a necessidade de notificação ao setor de vigilância epidemiológica. Além disso, a nota conscientiza as equipes médicas em centros de medicina reprodutiva sobre os fatos, sinais e sintomas da doença.

(Veja a versão completa AQUI.)

As novas orientações será um dos temas debatidos no 26º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (CBRA), que tem início no próximo dia 31 de agosto, em São Paulo (SP). Segundo o presidente da SBRA, Dr. Álvaro Pigatto Ceschin, a nota técnica, assim como o diagnóstico precoce, será importante para que não haja um aumento exponencial da infecção que possa vir a afetar o número de procedimentos de reprodução realizados. “No momento, a maioria das pessoas que adquiriram a doença seria de homens com relações homoafetivas ou com vários parceiros, é importante ressaltar que a transmissão entre humanos ocorre principalmente pelo contato pessoal com secreções respiratórias e lesões de pele de pessoas infectadas, não devendo ser restrita a grupos específicos”, disse Álvaro.

Além de minimizar o risco de contágio, o documento alerta ainda para as consequências da infecção durante uma gestação: óbito fetal e o abortamento espontâneo. A SBRA destaca, contudo, que a relação entre a gravidade da doença materna e esses desfechos não é clara. O texto explica também que o contágio da mãe para o feto pode levar à uma virose congênita ou infecção secundária ao contato nas vias de parto, definindo preocupações específicas como a vitalidade fetal, e o desfecho materno-fetal propriamente dito.

Especificamente no que compete à relação da doença com a Reprodução Humana, a nota informa que o vírus MPX pode ser encontrado no sêmen e nos fluidos vaginais. De acordo com o Dr. Álvaro, a relação pode interferir nos procedimentos de reprodução assistida. “Em casos positivos de sinais e sintomas, assim como de contato definido com portador, abster o atendimento de reprodução assistida por um período de pelo menos 21 dias, para o infectado, até a remissão das crostas, quando deixa de infectar”, ressaltou.

Além da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), a nota técnica contou com a participação das Sociedades Latino-americanas de Reprodução Humana, como a Red Latinoamericana de Reproducción Asistida (Redlara), Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), Associação de Ginecologia e Obstetrícia ( Febrasgo), Associação Brasileira de Embriologistas em Medicina Reprodutiva e outras doze sociedades sul americanas.

Varíola do Macaco (Monkeypox)

Causada por um vírus, os sinais e sintomas da doença podem durar entre duas e quatro semanas. A transmissão ocorre principalmente pelo contato pessoal e direto com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas contaminadas ou objetos infectados. A transmissão por meio de gotículas requer contato mais próximo entre o paciente infectado e outras pessoas, por isso, trabalhadores da saúde, membros da família, parceiros e parceiras têm maior risco de contaminação. Até o momento, o Brasil confirmou 2.893 casos da varíola do macaco, além dos 3.555 casos suspeitos, de acordo com o Ministério da Saúde.

 

26º Congresso de Reprodução Assistida debate o tema

Um dos temas que será debatido no 26º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida (CBRA 2022), que ocorre entre os dias 31 de agosto a 3 de setembro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP), é a nova epidemia da Varíola do Macaco. O evento terá mais de 30 palestrantes de diversos países, como Estados Unidos, Japão, Espanha, Portugal, Argentina, Alemanha, entre outros, e vai reunir mais de 1200 participantes especialistas na área da reprodução assistida.

Este ano o evento é presidido pelo especialista em reprodução humana assistida, Dr. Edson Borges Jr., que explica que o 26º CBRA é um espaço propício à continuidade das discussões, debates e troca de experiências mais recentes da comunidade médica. “Contaremos com uma programação elaborada de forma especial pelo Comitê Científico, com ênfase na Medicina Reprodutiva contemporânea, atenta aos avanços científico-tecnológicos que causaram transformações em todas as esferas da sociedade humana”, assegura.

Para mais informações e ficar por dentro de tudo o que vai rolar no 26º CBRA, acesse https://sbracongressos.com.br/.

Fonte: Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)

Ilustração: Carlos Lopes (SBRA)

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