Câncer ósseo: sinas requerem atenção para diagnóstico precoce
Alguns sintomas confundem e passam despercebidos; especialista da ABOO explica
Muitas vezes, ao sentir aumento da sensibilidade em alguma parte do corpo, a pessoa não dá grande atenção, pensando se tratar de algum tipo simples de inflamação ou, no caso de dor, de alguma contusão. No entanto, quando essa queixa persiste por semanas e é acompanhada de aumento de volume ou de uma massa, a questão pode ser o alerta para um tumor ósseo. Em razão da raridade – correspondente a 2% dos cânceres em geral – a falta de informações sobre os sintomas, que em boa parte dos casos são confundidos com outras afecções mais comuns, dificulta o diagnóstico precoce.
“Ainda hoje, uma boa parte dos pacientes com tumores ósseos malignos é diagnosticada tardiamente e os principais fatores que levam a esse atraso é o paciente negligenciar ou ter medo das consequências de uma dor persistente, geralmente não muito intensa, em uma região do corpo que está aumentando de volume” ressalta o presidente da ABOO (ABOO – Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica), Edgard Engel.
O câncer ósseo é bastante agressivo e tende a se espalhar rapidamente, por isso o diagnóstico precoce é tão importante. “Toda dor óssea persistente, por mais de 2 ou 3 semanas, que não tem explicação e principalmente aquelas acompanhadas de aumento de volume devem ser investigadas com radiografias. A radiografia simples é um ótimo método de diagnóstico de lesões ósseas e se aparecer alguma lesão, já está justificado o encaminhamento ao Oncologista Ortopédica. Este especialista tem todas as condições de fazer o diagnóstico e o tratamento desses tumores ” explica, Engel.
A neoplasia óssea é um crescimento descontrolado das células que provoca tumores sólidos ou crescimento grande de células anormais. Quando esse tumor tem a capacidade de se disseminar para outros órgãos e passa a ser uma neoplasia que oferece risco à vida, é denominado tumor maligno ou câncer. O câncer ósseo primário tem dois picos de incidência, sendo um em crianças, adolescentes e adultos jovens e outro em pacientes idosos, onde o principal diagnóstico é o mieloma múltiplo.
Já as neoplasias em que existe crescimento e, eventualmente, destruição do osso ou dos tecidos vizinhos, mas sem capacidade de se disseminar para o resto do corpo e afetar outros órgãos, são os tumores benignos. Na maioria dos casos, não oferecem risco à vida, a menos que estejam localizadas em região de muito difícil acesso ou tratamento.
O presidente da ABOO enfatiza que o tratamento precoce é fundamental para evitar os riscos que a doença proporciona, além de aumentar, consideravelmente, as chances de cura. Por isso, a ABOO faz amplo trabalho junto aos médicos para que tenham a melhor conduta para o tratamento. “Desenvolvemos um trabalho constante direcionado ao médico que se depara com um paciente com tumor ósseo, para que possa ser encaminhado a um centro especializado onde faça o diagnóstico e seja submetido ao melhor tratamento possível”, conclui.