Comportamento infantil: Especialista lista quais precisam ser observados de perto
Especialista em educação, psicopedagoga e mestre em neurociência, Sueli Conte, enumera situações e faz alerta aos pais e responsáveis
Criar um filho e educá-lo para a vida é, sem sombra de dúvidas, uma das mais importantes e, talvez, uma das mais difíceis tarefas na vida de pais e mães. Nos dias de hoje, essa missão tem se tornado cada vez mais desafiadora. A responsabilidade é grande, os cuidados necessários são inúmeros e há detalhes que não podem passar desapercebidos. O comportamento infantil, por exemplo, é um grande gerador de dúvidas para os pais e não importa se são de primeira viagem ou não.
A especialista em educação, psicopedagoga e mestre em neurociência, Sueli Conte, afirma que a boa notícia é que as crianças normalmente expressam quando estão enfrentando problemas emocionais e comportamentais. Porém, cabe aos adultos ter um olhar atento e acolhedor para percebê-los e auxiliar os pequenos.
A profissional explica que apesar das crianças demonstrarem quando estão enfrentando problemas, pode não ser tão simples entender quais são as questões que as incomodam. “Muitas vezes elas não conseguem traduzir determinados sentimentos e sensações em palavras. Então, acabam manifestando diferentes comportamentos”, adverte a profissional.
De acordo com Sueli Conte, a agressividade, por exemplo, é um comportamento bastante comum durante a infância e precisa ser analisada quando se torna exagerada. A especialista conta que esse pode ser um sinal de que não está sendo fácil para a criança lidar com determinado sentimento ou situação e indica que os responsáveis busquem maneiras de estabelecer o diálogo a fim de entender o que acontece. “A criança deve entender que a atitude afeta outras pessoas, causa mágoas e pode provocar tristeza”, pontua.
Por vezes, segundo a psicopedagoga, a manifestação acontece por meio de episódios de indisciplina. “A birra é um exemplo disso. A criança passa a não fazer o que é pedido, chora, esperneia e grita, muitas vezes, em público, o que acaba ‘obrigando’ os adultos a deixar a criança fazer o que deseja a fim de evitar vexame. O mais indicado neste caso, no entanto, é convidar a criança para uma conversa e demonstrar a importância de respeitar os responsáveis, independente de serem membros da família. Com orientação, a criança passa a entender e deixa de manifestar tais comportamentos”, orienta.
Sueli aponta que outro fato importante de ser observado é o rendimento escolar. “Quando há uma baixa repentina nas notas e resultados, o sinal de alerta precisa acender. A criança pode estar enfrentando questões relacionadas à autoestima, bullying ou ter alguma dificuldade para assimilar os temas expostos. Por isso, é extremamente importante que os pais, mesmo com o dia a dia atribulado, reservem e dediquem tempo para acompanhar, de perto, a rotina escolar. Essa é uma atividade, que assim como diversas outras, não pode ser terceirizada. Faz parte da responsabilidade dos pais acompanhar e se interessar pela rotina das crianças e isso inclui o universo escolar”, explica a educadora.
Um quarto sinal destacado por Sueli Conte tem relação com a tristeza persistente. De acordo com a profissional, é importante averiguar se a criança anda chorosa, cabisbaixa, irritada ou se isolando com frequência, verificar qual o motivo da tristeza e não menosprezar o sentimento caso seja algo banal. Ela indica que os pais ou responsáveis conversem com a criança e mostrem que há saída para o problema.
Por fim, a psicopedagoga alerta sobre as mentiras. A detecção do comportamento é simples, visto que as mentiras não se sustentam por muito tempo e são facilmente desvendadas. “A família não deve perder a confiança nos filhos. Ao contrário, é interessante que expliquem que há perdão para a mentira, mas que é preciso mudar a forma de agir. Também é válido entender por qual motivo a mentira foi contada”, explica Sueli Conte, que completa: “É importante que os adultos deem o exemplo e sejam honestos na comunicação com as crianças. Afinal, elas são verdadeiras ‘esponjas’ e absorvem aquilo que observam”, finaliza.