Tecnologia robótica na Medicina

A ideia de criar e inserir robôs no dia a dia das pessoas vem de muito tempo, quando ainda eram apenas cenários em filmes futurísticos. O desenvolvimento da tecnologia não aconteceu tão de acordo como os filmes projetaram, mas os robôs já são uma realidade há anos. E apesar deste tema aparecer com frequência em livros e produções de Hollywood, o uso dessas máquinas, principalmente na área médica, ficava muito mais no campo da imaginação do que na realidade.

Num passado não tão distante, as pesquisas avançaram e o aprimoramento de hardwares e softwares, além do desenvolvimento e da popularização da internet, aceleraram a troca de conhecimentos e com isso a tecnologia começa também a se fazer presente nos centros cirúrgicos. Hoje a medicina robótica é uma realidade e já encontramos robôs na ortopedia, na oncologia, na urologia, em uma simples tele consulta e mais uma infinidade de áreas.  E essa tecnologia robótica, cada vez mais presente nas especialidades médicas, visa sempre o bem-estar e recuperação dos pacientes. Mas é importante falar que mesmo marcando presença na medicina atual, os robôs ainda não têm autonomia, ou seja, dependem dos comandos de cirurgiões altamente capacitados para executar as máquinas e as atividades médicas.

Os robôs desempenham diferentes funções na medicina, de acordo com seus objetivos e ferramentas. Mas, de modo geral, eles recebem comandos de estações ou até por controle remoto, executando-os imediatamente. Nesse contexto, podemos afirmar que o uso da tecnologia robótica proporciona maior conforto ao paciente e aos profissionais. Originalmente desenvolvido pelo exército dos Estados Unidos, a tecnologia robótica foi idealizada para permitir a realização de cirurgias em soldados feridos no campo de batalha, que deveriam ser executadas por cirurgiões localizados à distância.

Hoje em dia, vários robôs, cada um com suas características e complexidades estão presentes em várias especialidades com tecnologia diferenciada, capaz de realizar tarefas minuciosas e agregar qualidade aos cuidados médicos e às cirurgias de alta complexidade. Um dos cenários mais recentes a ganhar essa tecnologia foi a ortopedia e podemos afirmar que o Brasil é um dos primeiros países da América Latina a oferecer aos pacientes o acesso a um inovador sistema robótico para uso em cirurgia de implante de prótese de joelho, a artroplastia (prótese) de joelho primária. O sistema robótico em destaque na ortopedia é o ROSA® Knee, desenvolvido pela Zimmer Biomet, empresa multinacional americana e líder global em saúde musculoesquelética, representada pela Medicalway Equipamentos Médicos em Curitiba (PR).

Na capital paranaense, o pioneiro com a tecnologia robótica em cirurgia ortopédica foi o Pilar Hospital. Foi o primeiro hospital que trouxe o robô ROSA® Knee System no ano de 2021. Com os excelentes resultados e presente em mais hospitais pelo Brasil, o ROSA® também está no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba.  A primeira cirurgia robótica ortopédica no país ocorreu em São Paulo no final de 2020. Atualmente, o número total de equipamentos aumentou: são sete estados brasileiros e 13 hospitais em que o ROSA® Knee System está presente. “O número de cirurgiões capacitados e certificados em cirurgia robótica ortopédica cresce rapidamente e esperamos que, em breve, mais pacientes tenham acesso a essa tecnologia.”, avalia Leonardo Souza, gerente de marketing da Zimmer Biomet.

“No ‘pool’ de novas tecnologias que invadiu a área da saúde, talvez a mais moderna, mais esperada, e também mais fascinante seja a Cirurgia Robótica. Empresas de equipamentos médicos redirecionaram recursos extraordinários para desenvolver, testar, e, finalmente, adequar os robôs-médicos para a prática diária dos hospitais. Hoje, pode-se dizer que vivemos um verdadeiro ‘boom’ de robotização nos procedimentos médicos”, comenta o Dr. Dante Grein, Cirurgião de Joelho e de Quadril do Pilar Hospital.

Quem também atua com a técnica é o Dr. Antonio Carlos Canto Tomazini, ortopedista e traumatologista, especialista em Artroscopia e Traumatologia do Esporte do Hospital Marcelino Champagnat. Segundo ele, o advento do robô trouxe maior precisão cirúrgica e possibilitou que procedimentos complexos fossem realizados de forma segura: “Por permitir uma visualização ampliada do campo cirúrgico, em alta definição e tridimensional (3D), o uso do robô garante um melhor acesso e visualização das estruturas anatômicas, possibilitando uma cirurgia mais precisa, eficaz e segura”.

Mas, diferentemente do que muitos podem imaginar, o robô não funciona de forma autônoma, todos os movimentos realizados por ele na verdade são controlados pelo cirurgião. “A função do sistema robótico é permitir ao cirurgião um movimento mais preciso e delicado, com uma visualização mais acurada e em uma posição no console que evita o cansaço ao longo da cirurgia. O robô nunca toma decisões próprias, nem executa comandos que não tenham sido ordenados pelo cirurgião”, complementa Tomazini.

As altas taxas de sucesso nas cirurgias robóticas comprovam que os pacientes que se submetem a esta técnica ortopédica mostram uma recuperação mais rápida, com menor tempo para se movimentarem de forma autônoma. Os benefícios da cirurgia minimamente invasiva em geral incluem menor sangramento durante a cirurgia, menos dor no pós-operatório, na recuperação e na mobilidade, além da qualidade de vida do paciente, quando comparado à cirurgia convencional ou aberta. Portanto, podemos afirmar que se trata de um novo cenário para a cirurgia ortopédica.

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