Buffet: como acertar na escolha da peça perfeita para a sala de jantar

A arquiteta Giselle Macedo e a designer de interiores Patrícia Covolo mostram como compor o buffet na decoração do ambiente

Nessa sala de jantar, as profissionais do escritório Macedo e Covolo inovaram: em cima da prateleira amadeirada, que acompanha uma da paredes, de fora a fora, o buffet branco foi apoiado | Foto: Eduardo Pozella

No planejamento de um novo ambiente, o check list para a composição de um ambiente pode parecer uma missão complicada. Para iniciar, é fundamental compreender a finalidade de cada peça, assim como escolher aquela que atende as características do local e necessidades dos moradores. E, na sala de jantar, a história com o buffet não é diferente.

O que deve ser levado em consideração para escolher o mobiliário e combinar com o restante da decoração? A dupla de profissionais – a arquiteta Giselle Macedo e a designer de interiores Patricia Covolo –, à frente do escritório Macedo e Covolo, sabe que o buffet é acompanhado por dúvidas. Para tanto, esclarecem sobre sua finalidade, os pontos a serem observados antes da compra e inspirações com projetos realizados por elas. Acompanhe:

Mas para que serve o buffet?

Nesse apartamento, as sócias do escritório Macedo e Covolo investiram na sobriedade de uma peça em madeira Nogueira. Sofisticado, ele acompanha a parede espelhada e é ladeado por vasos cerâmicos com lanças de São Jorge. Sofisticado, além de sua função de guardar louças, revela um décor de personalidade na sala de jantar dos moradores | Foto: Eduardo Pozella

A combinação entre utilidade e versatilidade sintetizam os principais motivos para a presença do buffet na sala de jantar. Usualmente comprido e retangular, exerce a atribuição de guardar louças, travessas, jogos americanos, faqueiros, taças, entre outros itens empregados em ocasiões especiais, como também recebe artigos decorativos em sua base e dá suporte aos moradores durante os jantares realizados.

Porém, o seu uso não se limita a isso: indo além do jantar, o buffet pode ser considerado como elemento em salas de televisão ou escritórios para o apoio de aparelhos eletrônicos, como apoio no espaço gourmet da varanda ou integrando o paisagismo. “É muito interessante contar com a flexibilidade que a peça nos oferece para estar em outros ambientes”, relata a arquiteta Giselle. Junto com essas propostas, buffet também pode ser o móvel ‘coringa’ na composição dos espaços. Em livings muito amplos ou integrados com a sala de jantar, o buffet agrega a reponsabilidade de delimitar os ambientes e esconder as costas do sofá.

Buffet x Aparador 

Nessa sala de jantar assinada por Giselle e Patricia, o buffet suspenso assumiu o protagonismo em função da sua cor azul em laca | Foto: Eduardo Pozella

É muito comum acontecer uma pequena função entre os dois móveis. Embora semelhantes em sua estética, a principal diferença está pautada na sua estrutura. De acordo com a designer Patricia, “o buffet é caracterizado por ser um móvel com porta e gavetas com profundidade para armazenamento, enquanto o aparador, além da estrutura em ‘U’, com o tampo e as pernas laterais, apresentam, no máximo, duas gavetas”. “A sua funcionalidade se limita no apoio aos objetos, ao invés de guardá-los. Assim, o aparador fica muito bem adequado, por exemplo, logo na entrada de um imóvel residencial, por exemplo“, complementa a arquiteta.

 5 dicas para a escolha de um buffet, pela dupla de profissionais Giselle e Patricia

 1.     Faça um levantamento dos itens que serão guardados nele

A premissa é sempre atender o acervo dos moradores. “O primeiro passo é fazer uma lista com os itens que o morador deseja acondicionar no móvel. Apenas com essa visão é que podemos determinar as dimensões como a largura da peça, altura das prateleiras, estabelecer e estabelecer a quantidade de gavetas”, estabelece a designer de interiores.

 Com uma disposição adequada e equilibrada, no dia a dia fica muito mais fácil acessar o conteúdo, como realizar a limpeza. As gavetas e nichos, entre outras divisórias, juntamente as portas do móvel, ajudam a diminuir o acúmulo de pó.

Nesse buffet em madeira Nogueira, um mix entre portas, gavetas e uma grande extensão de tampo, que permite a exposição de taças e outros objetos decorativos | Foto: Eduardo Pozella

1.     Medir o que será guardado

Outro detalhe tão importante quanto saber o que será guardado, é conhecer as medidas do que será guardado, que podem ser grandes ou pequeninos. O buffet ideal é aquele que comporta o conteúdo com conforto e segurança. No caso das taças, as profissionais contam o dilema frequente que acontece: “por conta das diferenças de alturas, não conhecer a coleção do morador pode incorrer em um espaço menor“, explicam. Para tanto, elas indicam, sempre que possível, medi-los e considerar a execução de uma marcenaria personalizada. “Ao pensar em um modelo pronto de buffet, corre-se o risco de o tamanho padrão não responder às necessidades da casa“, relatam.

2.     Escolher o local da casa e comparar as medidas com a do buffet

Só depois de bater o martelo sobre a localização do móvel é que o projeto de décor passa a considerar as medidas. Essa definição vem acompanhada também dos requisitos circulação – o buffet não pode ‘travar’ a circulação, tão pouco atrapalhar a passagem quando portas e gavetas forem abertas.

3.     Separe sempre uma gaveta para faqueiros

O buffet pode ser o mobiliário ideal para guardar aquele conjunto de talheres especial. Por isso, separar uma gaveta para faqueiros pode ser interessante. A arquiteta Giselle Macedo sugere, por exemplo, a execução sob medida e em veludo, pois além da elegância, contribui para a conservação.

4.     Combine com a decoração

Mesmo que hoje em dia a mistura de estilos na decoração seja uma realidade e torne o ambiente moderno, é valioso tomar cuidado com exageros. O buffet pode ser muito útil para o dia a dia e organização da casa, mas ele também faz parte da decoração: assim, sua aparência não pode ser deixada de lado. “O buffet precisa combinar com a mesa de jantar, mas não necessariamente precisa ter a mesma cor ou acabamento. A criatividade é uma dádiva e deve ser utilizada, porém, todo ambiente precisa ser harmonioso para os olhos. Ele pode ser o destaque em uma sala de jantar, mesmo com tons neutros” reforçam a dupla do escritório Macedo e Covolo.

O buffet foi escolhido como uma peça leve para guardar as louças da moradora. Seu acabamento em madeira forma o equilíbrio perfeito entre a decoração e a paleta de cores do ambiente | Foto: Eduardo Pozella

Manutenção

Levando em consideração flexibilidade de uso do buffet, faz-se relevante considerar o tipo de material empregado, seguir recomendações de limpeza específicas e não sobrecarregar. “Não colocar muito peso nas prateleiras é uma das formas de garantir um bom uso e uma longa vida aos buffets. Também nos preocupamos em proteger o tampo para que o contato com pratos quentes e frios não danifique a madeira”, conclui Giselle.

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