Facetelling: a história que o rosto conta
A dermatologista Luciana Garbelini fala sobre o uso dessa técnica de análise facial dentro do universo da dermatologia estética
Método geralmente associado e usado no universo da moda e do visagismo, o conceito de Facetelling também pode estar presente na medicina, mais especificamente implementado dentro da dermatologia. “O uso dessa técnica tem como objetivo individualizar ainda mais os tratamentos de correção, ajustes ou embelezamento voltados para o rosto, tornando-se um aliado na busca por uma beleza pessoal e autêntica. É como uma consultoria de imagem facial, porém voltada para aspectos estéticos e resoluções mais personalizadas e adequadas,” diz a dermatologista Luciana Garbelini.
Apesar de conceitualmente ser algo aplicável em diversos casos, se tratando da face o uso da técnica é ainda mais interessante na busca por resultados individualizados. “O rosto é uma das principais partes do corpo pela qual se tem contato com o outro. Por onde é possível se expressar e transmitir mensagens só por meio da comunicação visual, sem necessariamente precisar da linguagem verbal”, destaca a médica. “Toda imagem, seja ela uma paisagem, quadros, objetos, ou roupas passam uma ideia. Com o rosto não é diferente, esta parte do corpo consegue transmitir diversas informações,” frisa Luciana.
Por conta disso, e por meio de medidas e proporções é possível avaliar os traços faciais – formato das sobrancelhas, olhos, nariz e lábios, além da relação entre eles – e suas possíveis interpretações. Assim, buscando a melhor forma desses elementos estarem combinados dentro do que se quer comunicar ou transmitir. “A sua imagem é condizente com a mensagem que você quer transmitir? É possível ajustar isso usando o rosto como objeto de estudo”, explica a especialista.
O processo
Doutora Luciana conta que com esses dados em mãos é estabelecido junto ao paciente quais as intervenções mais adequadas para alcançar o equilíbrio entre imagem e mensagem. “Absolutamente tudo é personalizado e na medida certa, buscando naturalidade”.
Apesar de levar em conta os traços físicos do paciente, a médica destaca também a importância do profissional respeitar o gosto pessoal do cliente. “Conversamos e oriento sobre o que seria mais adequado. Mas também respeito caso o paciente não se sinta confiante em fazer algo por não acreditar que aquela intervenção combine com sua personalidade, mesmo que esteticamente e de acordo com a leitura facial fique interessante.” E completa: “Afinal, nós já percebemos que nem todas as pessoas ‘combinam’ com ângulos de mandíbulas exageradamente marcados, sobrancelhas hiper arqueadas e nariz arrebitado. Assim, também cabe ao médico destacar e explicar o motivo de uma possível contra indicação, mesmo que em um primeiro momento o paciente chegue certo do que quer mudar ou como quer fazer essas possíveis alterações.”
Além disso, a dermatologista destaca que o uso da técnica ainda é interessante como uma forma de perspectiva para o futuro. “Vemos como esse rosto se comportou até aqui e quais podem ser as projeções ou expectativas daqui para frente. Assim, fica até mais fácil fazer indicações certeiras de tratamentos a longo prazo,” finaliza a especialista.
Sobre Dra. Luciana Garbelini
Dermatologista Formada pela Universidade de Santo Amaro. Residência médica em Dermatologia na Universidade de Santo Amaro, Pós-graduada em cosmiatria e estética no Instituto Superior de Medicina. Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.