A Mentira
por Nilda Dalcól
Quem consegue reconhecer um mentiroso (aqui me refiro a homens e mulheres) ?
Se for um mentiroso compulsivo, será difícil o reconhecimento. Acostumado a mentir, tirará de letra ! E nós cairemos ! E que queda !!
Isto se não se “”ofender”” e vitimizar-se, infligindo a nós um “”pecado”” que nos renderá o fogo do inferno.
O mentiroso terá, sempre, que ater-se às mesmas palavras, pois, para não perder-se nas mentiras, terá que repetí-las com frequência para parecer crível e convicto de que “”conseguiu enganar mais um””.
Será ?
E como reconhecê-lo ?
Não será uma tarefa muito fácil.
Quase todo mentiroso tem fala mansa, sorri à toa, sabe seduzir, é criativo e … “”coitadinho””.
Sim, o …””pobrezinho”” !!!
Às vezes conseguimos descobrir a origem. Uns, refletem condicionamento da infância. Outros, por necessidade de afirmação (o que não deixa de ser reflexo).
Mas, o pior mentiroso, é o megalomaníaco.
Completamente sem noção. Vai dar o passo maior do que a perna, com o único objetivo de “”aparecer””. Ele precisa ser notado, ficar em evidência, expor sua riqueza… e como todo estúpido, pagará pela inconsequência.
O que nos remete à infância novamente, pois, é nela que se forja caráter, e se negligenciado, carregará pelo resto da vida, a inconveniência por ter sido “”rejeitado”” ou “”esquecido””.
Quem sabe uma ajuda especializada possa livrá-lo desse vício ?
Sim, porque mentir é um vício.
Então, tenhamos paciência com ele (ou “”eles””, por que são muitos!), saibamos ou tentemos aceitar que ele é fruto do descaso, da incompetência e da desatenção, e que no fundo toda mentira contada é uma maneira de tornar-se “”visível””, mas, que na verdade, é o retrato perfeito de uma vida mal construída, e que na sua frustração, procura na mentira, meios para sobreviver àquelas omissões.
Oxalá consiga refazer-se para não colidir com a verdade e cair na tentação de voltar a mentir e sair daquele círculo vicioso que o mantém acorrentado àquela vida de fantasia.
Tenho certeza de que tudo lhe parecerá mais leve, fácil, tranquilo…e que seja feliz!
Sem formação na área (psicologia e afins), a colunista valeu-se de suas ilações por ter conhecido e convivido com mentirosos de carteirinha.