Sentiu que “estagnou” no ganho de massa muscular após certo tempo de treino? Saiba as causas e como reverter esse quadro
É muito comum certas pessoas se sentirem frustradas após perceberem que não estão evoluindo tanto após algum tempo de treino. Isso ocorre tanto com quem deseja emagrecer quanto com aqueles que buscam o aumento de massa muscular, processo conhecido como hipertrofia.
O aumento saudável de massa muscular é gradual e varia de pessoa para pessoa. Segundo Fernando Medeiros, personal trainer formado em educação física, aspectos como a idade e a composição hormonal são capazes de influenciar diretamente o resultado. Mesmo assim, fatores como a alimentação também podem ser responsáveis por essa “estagnação”.
“A dieta deve ser equilibrada pelo nível de ingestão de proteínas, carboidratos e gorduras. Em cada fase do objetivo, essas proporções precisam ser modificadas. Depois de passar um período seguindo a mesma dieta, o corpo tende a mudar. Mas a alimentação também necessita ser alterada para que o organismo não entre em um efeito platô”, explica.
Para ajudar nesse crescimento, buscar um nutricionista é fundamental. Assim, o corpo continua com o metabolismo a todo o vapor e não “estaciona” na mesma condição ao consumir os alimentos corretos. Fernando ressalta que os exercícios físicos também precisam passar por mudanças, conforme a evolução vai sendo percebida.
“Pessoas que correm muitos quilômetros durante a semana, com certeza terão mais dificuldade de aumentar o volume nos membros inferiores. Terão hipertrofia, mas o aumento de volume será mais custoso pela especificidade dessa modalidade”, afirma.
“É necessária uma periodização, alternando volume e intensidade, variando no tipo de exercícios e intercalando ciclos de treino. Por isso, é importante escolher uma boa academia ou um bom profissional de Educação Física, pois você terá o suporte adequado.”
Os exercícios aeróbicos, que incluem a própria corrida, natação, dança e treinos de bike, por exemplo, também são bem-vindos, desde que não sobrecarreguem o treino nos momentos dedicados ao aumento de massa muscular.
“O princípio básico para hipertrofia é fazer treinos de alta intensidade para determinado grupo muscular, então um exercício aeróbico, como 30 minutos de bicicleta ergométrica em intensidade moderada, poderá prejudicar a musculação na sequência, pois os membros inferiores estarão cansados. Por outro lado, existem pessoas que precisam de estímulos prévios para aquecerem o corpo, elevarem a frequência cardíaca, sentirem os neurotransmissores do bem-estar agindo para conseguirem treinar mais pesado. Por isso, devemos trabalhar a individualidade de cada um.”
Além de todos esses cuidados no pré e pós-treino, é essencial levar em conta a diversidade dos perfis corporais. Sabendo qual é o seu biotipo, fica mais simples de entender como o organismo funciona e de estabelecer metas mais acessíveis para a sua realidade.
“Tecnicamente classificamos o indivíduo em Ectomorfo (mais magro, longilíneo, com mais dificuldade de aumentar massa muscular), Mesomorfo (com distribuição na composição corporal mais homogênea, capaz de emagrecer ou aumentar de volume com mais facilidade) e Endomorfo (com mais arredondamentos nas curvas corporais e com mais facilidade para acúmulo de gordura)”, aponta. “Essas características não são limitantes, mas podem sim interferir nos objetivos de cada um.”
O especialista defende que não há um limite para o ganho de massa, mas reforça que, a partir de determinado ponto da evolução, esse processo torna-se mais difícil. Dessa maneira, suplementos alimentares são opções viáveis.
“Muitos adeptos da musculação pensam que não conseguem aumentar a hipertrofia de modo natural após certo ponto, e apenas superariam essa fase com ajuda de hormônios. Hoje, existem suplementos alimentares que aumentam a performance, mas eles só podem ser consumidos com a recomendação de um médico”, acrescenta Fernando.