Moda pós-pandemia: o estilo das vestimentas deve sofrer transformações
Uma coisa é certa, o mundo não será mais o mesmo no pós-pandemia e essas previsões se estendem ao mundo da moda. Design, varejo, matéria-prima, consumo e até mesmo as vestimentas passarão por transformações inimagináveis após a pandemia do Coronavírus, ou melhor, já está passando. “As pessoas têm preferido conforto acima de tudo, já que passam a maior parte do seu tempo trabalhando de casa”, ressalta a Consultora de imagem e Influencer, Marcéli Paulino.
Com o tal “Novo Normal”, por exemplo, os hábitos de higiene mudaram, as pessoas passaram a ter cuidados que antes não davam importância como lavar as mãos e utilizar álcool em gel constantemente, tossir ou espirrar com descrição, não utilizando as mãos e sim o antebraço.
Ao redor do mundo, as mudanças causadas pelo COVID estão presentes há mais de um ano. E o mundo da moda não saiu ileso, pelo contrário, foi um dos setores mais afetados pela pandemia. Inicialmente de forma sutil, com o uso obrigatório de máscaras no trabalho; os desfiles, que antes eram presenciais, foram para o cenário digital, a pausa nos editoriais de moda e assim por diante.
As máscaras, no setor da moda, deixaram o status de simples item de proteção contra a covid-19 para um acessório indispensável, passível de combinação com o look do dia. Essas transformações se tornaram perceptíveis, especialmente, com a mudança na rotina de trabalho.
Se antes as pessoas tinham um cuidado especial para escolher a roupa para trabalhar, pois existia a preocupação de sair às ruas e ser notado pelas roupas, hoje o cenário é outro! Com a necessidade do trabalho remoto, cujo objetivo é evitar aglomeração por meio do distanciamento social, as pessoas tiveram que se adaptar e as empresas aderiram ao trabalho remoto. Neste novo cenário, se arrumar para sair de casa não era mais uma preocupação. Será?
Com o “Novo Normal” os comportamentos em relação à moda também mudaram e o estilo das vestimentas seguiu o ritmo. O setor de moda trabalha agora com uma nova tendência o “out of the keyboards”, cuja proposta figura o conceito de “ser visto para cima do teclado”, ou seja, as pessoas passaram a dar uma atenção especial no look da cintura pra cima, que é a parte mais vista durante as reuniões virtuais.
Dentro deste novo cenário, no que diz respeito à famosa produção “arrumada da cintura pra cima”, Marcéli destaca: “As maquiagens mais leves também têm sido a preferência, em contraponto a acessórios mais marcantes, como tiaras e maxibrincos, para equilibrar”. Além disso, de acordo com a jornalista de moda, as pessoas têm explorado vestimentas que valorizem a região. “Acredito que estar arrumada ‘da cintura pra cima’ seja prioridade e leve os consumidores a focarem muito em peças de roupa e acessórios que valorizem esta região. Além das máscaras, que já se consagraram como item obrigatório e fashion, uma vez que já se adequaram a uma porção de texturas, cores e estampas, acessórios como brincos, colares, pulseiras e anéis terão as luzes dos holofotes mais do que nunca”.
Por outro lado, no que diz respeito às peças usadas da cintura para baixo, a busca é por conforto como, por exemplo, o uso de pijamas e moletons. Dois nichos que têm atraído olhares de grandes marcas que passaram a confeccionar pijamas que aliam conforto e elegância, além da confecção de uma linha comfortwear.
Dentro dos processos que envolvem a moda no Pós-pandemia, a busca por roupas mais modestas também serão tendências, é o que explica Marcéli Paulino, “É válido pensar se, com o impacto gerado pela pandemia no atual cenário econômico, ainda haverá espaço para criações da Alta Costura, por exemplo. Porém, vejo que cada vez mais as pessoas têm pesado as questões ‘qualidade x preço’, uma vez que o custo de vida tem aumentado gradativamente. Há o caminho de investir menos e ter algo menos durável e, também, o de investir um pouco mais para ter uma peça a longo prazo”.
Por sua vez, embora o poder aquisitivo em grande escala tenha sido reduzido drasticamente, comprar traz uma sensação de controle do qual as pessoas não abrem mão, especialmente, quem pode se dar a esse “luxo”. “A falta de ter aonde ir traz um paradoxo intrigante para a nossa realidade atual: o tédio que leva às compras e uma tristeza por não ter onde usar o que se acabou de comprar”, conclui a Consultora de imagem, Marcéli Paulino.