O fazer online
“O que faz a psicanálise, assim, na prática? E isso funciona online também?”
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A psicanálise é uma experiência. E afirmamos, nós analistas, que só é possível saber exatamente sobre esse fazer, fazendo. É assim, se colocando no processo de análise, por inteiro, que novos mundos se descortinam. A olhos vistos. Mas que mundos? E de quais formas?
Enquanto experiência, a psicanálise ajuda a dar nome e lugar para coisas de toda natureza. Reúne fragmentos que surgem livremente (e que parecem incoerentes) rumo à coesão. Entende e dá sentido aos sintomas. Promove a escuta de si, no nível mais profundo que isso possa significar.
E, sim, hoje, os encontros tendo a tela como mediadora invadiram o cotidiano de todos, analistas e analisandos. Um processo que foi acelerado há praticamente um ano, com o início da pandemia. Bom ou ruim? Não podemos afirmar, afinal, não existem verdades absolutas. Temos pontos de vista.
Sem dúvida, o atendimento online democratiza o acesso aos processos terapêuticos de toda ordem e é uma ótima opção para quem está a longas distâncias, por exemplo. Mas, com o perdão daqueles que militam pela vida 100% online, eu ainda sou muito mais do encontro real.
No entanto, na medida do que posso, do que me cabe e do que é possível neste/naquele momento, pratico a psicanálise também de forma online. Com flexibilidade, ajustando, moldando, montando. A cada problemas de conexão. A cada pixel ao invés de imagem.
A cada áudio travado. A cada problema de interrupção. São simulacros de uma nova realidade. Que me dou o direito de não preferir, apesar de reconhecer todos os benefícios e possibilidades. Como diz o ditado: É melhor o feito do que o perfeito.
– Lá no meu direct (@yaskarapsi) recebo dúvidas, questionamentos e também histórias que queiram compartilhar… Elas são respondidas aqui, em forma de texto, sem identificação (e com uma música especial). Vamos pensar sobre o que estamos vivendo? Até a próxima!