Câncer de pele representa 27% de todos os casos malignos no Brasil, segundo o INCA

Segundo levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a incidência estimada do câncer de mama em mulheres, no ano de 2020, era de cerca de 66 mil novos casos. Já o de câncer de pele representa 27% de todos os casos malignos no Brasil.

No Dia Mundial de Combate ao Câncer (04/02) preparamos a entrevista abaixo com o Dr. Fernando Amato, médico cirurgião plástico, e com as Dras. Priscila Beatriz Oliveros dos Santos, mastologista, e Luciana Malzoni Langhi, dermatologista, ambas da equipe do Dr. Amato.

Quando está indicada a reconstrução mamária?

Dr. Fernando – Antes de tudo é preciso analisar o tratamento oncológico proposto, já que nem sempre a reconstrução da mama com prótese de silicone pode ser realizada de imediato, principalmente, nos casos em que se retira muita pele ou mesmo precedem um tratamento complementar com radioterapia. Dependendo do estadiamento da doença (determinado pelo tamanho da lesão, localização, comprometimento de linfonodos e presença de metástase), a mastectomia (retirada da mama) pode ser indicada e é nesse momento que a reconstrução mamária pode fazer a diferença para o resgate da autoestima e confiança feminina, contribuindo até mesmo para o fortalecimento da batalha contra a doença.

Dra. Priscila – Considero de extrema importância ressaltar que a mamografia é essencial para o diagnóstico precoce. Por isso, não deixe de realizá-la, já que este exame pode diminuir a mortalidade em até 30%, quando feito periodicamente.

 

Como é o resultado de uma mama reconstruída?

Dr. Fernando – Diferentemente de uma cirurgia estética, a mama reconstruída tem características distintas. Os mamilos, muitas vezes, precisam ser refeitos. A mama reconstruída não terá a mesma aparência da mama saudável, já que pode ficar com cicatrizes e mais endurecida. Por isso, sempre oriento que a paciente busque auxílio psicológico para compreender o momento.

Dra. Priscila – É um direito da mulher ter a mama reconstruída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos planos de saúde no Brasil, assim como a cirurgia plástica da mama oposta para simetrização e harmonização. A reconstrução, imediata ou tardia deve ser individualizada, respeitando tanto o desejo da paciente como as condições clínicas e tratamento aos quais será submetida.

 

Quais são os sinais na pele que indicam a busca por um especialista e quais são os tipos de câncer de pele?

Dr. Fernando – Quando encontrar as seguintes alterações em uma lesão ou pinta suspeita, método conhecido como ABCDE:

A – Assimetria: quando uma parte da lesão é diferente da outra;

B – Borda: irregularidades no contorno;

C – Cor: cores diferentes na mesma pinta ou lesão;

D – Diâmetro: quando for maior de 6 milímetros;

E – Evolução: perceber se a lesão apresenta crescimento, muda de formato ou cor.

Feridas que não cicatrizam depois de três semanas ou que sangram facilmente também devem ser investigadas

 

Dra. Luciana – Há diversos tipos de câncer de pele, porém, os três mais comuns no Brasil são: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma, sendo esse último o mais grave, com risco de desenvolver metástase e podendo levar o paciente a óbito.

A dermatologista e o cirurgião plástico trabalham em equipe nos casos de câncer de pele?

Dr. Fernando – Normalmente, o dermatologista é quem faz a suspeita do diagnóstico pela dermatoscopia, exame realizado com lente de aumento. Sendo necessários a biópsia e o estudo anatomopatológico para definição do diagnóstico. Dependendo da localização da lesão, no caso de regiões do corpo mais delicadas e expostas, como a face, o paciente é encaminhado para o cirurgião plástico, que faz a remoção e reconstrução se necessário.

Dra. Luciana – Depois que é feito o estadiamento da doença, ou seja, identificado até onde ela avançou, pode ser necessário o envolvimento de outros especialistas, como o oncologista, para dar seguimento no tratamento.

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