Nutrição materno-infantil se reinventa com a Covid-19

A pandemia do coronavírus (SARs-COV 2) gerou muitas mudanças no modo de vida das pessoas e alguns hábitos alimentares também sofreram alterações por causa do isolamento social, que levou ao trabalho remoto e a um período maior de tempo em casa. Assim, as refeições feitas em casa passaram a ser mais rotineiras e, com isso, também mais nutritivas e saudáveis tanto para crianças como para adultos e idosos.

A introdução desta alimentação saudável com seu preparo em casa passando a ser mais valorizado, promoveu inclusive o fortalecimento do sistema imunológico das pessoas em um período crítico de pandemia. O isolamento social, entretanto, favoreceu também a compulsão alimentar, ou seja, as pessoas passaram a comer guloseimas, salgadinhos e outros alimentos com mais frequência e de forma excessiva, além da ingestão de bebidas alcoólicas.

Tal compulsão provocou efeitos danosos como o excesso de peso nas crianças e adolescentes que permanecem em casa desde o início da pandemia, sem contar o impacto em sua saúde mental e outras doenças, alerta a Dra. Lenycia Neri, nutricionista do Instituto da Criança da FMUSP. “Não existem ainda estudos sobre os danos psicológicos, mas lá na frente teremos que enfrentar essa situação”, afirma. Segundo ela, já se observa no ambulatório inúmeros casos de crianças com sobrepeso, “algumas aumentaram até 10 quilos durante a pandemia”, completa.

Essa e outras questões são os temas do curso de pós-graduação em Nutrição Materno-Infantil que o Instituto da Criança e a Escola de Educação Permanente (EEP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), realizarão a partir de 2021. A Dra. Lenycia Neri explica que a especialização atende não só uma demanda do mercado, mas consolida a tese do meio científico, de que a alimentação das crianças nos seus primeiros 1.000 dias é determinante para uma vida saudável na idade adulta.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a atenção durante a gestação, parto e os cuidados nutricionais na infância são fundamentais para a saúde do indivíduo durante o resto da vida. “A nutrição adequada é essencial para o desenvolvimento físico e mental da criança”, completa a Dra. Lenycia Neri.

Segundo a nutricionista, existem muitos cursos de nutrição materno-infantil no mercado, mas o de nutrição clínica do ICHC é mais abrangente e diferenciado porque faz o acompanhamento de nutrição de crianças desde o período de gestação e os dois primeiros anos de vida até a adolescência, contemplando ainda a nutrição necessária para crianças com diversas doenças desde o câncer, diabetes, obesidade, hipertensão e problemas renais.

O curso de Nutrição Clínica Materno-Infantil, com duração de 18 meses, é aberto a profissionais nutricionistas de todo o país e tem como objetivo atualizar e capacitar o nutricionista a prestar assistência nutricional a gestante, lactante, recém-nascidos, crianças e adolescentes sadios com a nutrição normal e nas diversas patologias por meio da dietoterapia durante o acompanhamento ambulatorial ou na internação com a visão integral e humanizada.

 

As inscrições para as especializações da EEP do HC devem ser feitas pelo site: https://eephcfmusp.org.br/portal/online/modalidade/especializacao/

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