Metas não bastam: como estruturar sua carreira para crescer em 2026
Disciplina, foco e método são essenciais para transformar desejos em resultados concretos no próximo ano
O fim do ano costuma ser marcado por listas de resoluções, planners novos e promessas grandiosas. Mas essa tradição está mais perto do autoengano do que de um plano real de mudança. Em fevereiro, 80% dessas metas já viraram poeira. O problema é que não é planejamento, é uma carta para o Papai Noel.
2026 exigirá disciplina, escolhas estratégicas e acompanhamento constante, algo mais próximo do rigor de gestão de uma empresa do que de um processo pessoal espontâneo. Esperança não é estratégia. Desejo não é método. Planejamento amador custa promoções e oportunidades. E esse preço costuma aparecer tarde demais.
O primeiro erro que mina o crescimento profissional é a quantidade excessiva de metas. Em vez de longas listas, o foco radical é o caminho. A pergunta de 2026 é simples: qual é a única habilidade que torna todo o resto mais fácil? Quem quer fazer tudo, não faz nada. Na prática, isso significa identificar um ponto-chave — como domínio de Inglês, inteligência artificial ou experiência em liderança — e concentrar energia nele até gerar um resultado visível.
Outra mudança de mentalidade envolve trocar metas soltas por sistemas — rotinas previsíveis, com dia e hora para acontecer. Motivação acaba. Sistema cria hábito. É como na empresa: não adianta prever o resultado se o processo não está escrito e bloqueado na agenda. Não é “quero aprender Inglês” de forma genérica; adapte para “farei aulas às segundas, quartas e sextas, às 19 horas”.
O calendário profissional também deve ser reconfigurado. Em vez de esperar dezembro para avaliar resultados, o ano deve ser dividido em quatro ciclos de 12 semanas, com ajustes trimestrais. Esperar o ano acabar para descobrir se deu certo é suicídio profissional. É preciso testar, errar e corrigir rápido. Além disso, as metas de carreira podem mudar ao longo de um curto espaço de tempo; é preciso estar atento para recalcular a rota, se necessário.
Para 2026, o novo critério de empregabilidade será as habilidades híbridas. É o engenheiro que negocia. O profissional de RH que lê dados. O gestor que entende IA, mas lidera com empatia. Quem não fechar o gap entre o humano e o tecnológico começa o próximo ano atrasado.
2026 vai chegar com ou sem planejamento. A pergunta é se você será passageiro ou piloto. Rasgue a lista de desejos, escreva seu sistema e apareça para o jogo.
Por Virgilio Marques dos Santos
sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria, PhD, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp, Master Black Belt pela Unicamp, autor do livro "Partiu Carreira", TEDx Speaker, ex-professor de cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp e outras instituições, ex-gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas, idealizador do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica
Artigo de opinião



