Inclusão ainda é desafio nas festas públicas de fim de ano no Brasil

Acessibilidade deve ser prioridade para garantir que pessoas com deficiência participem plenamente das celebrações coletivas

Com a chegada do fim do ano, praças, parques e vias públicas se transformam em cenários de festas, iluminação natalina e grandes shows de Réveillon. No entanto, para milhões de pessoas com deficiência, essas celebrações seguem inacessíveis. A ausência de planejamento inclusivo mantém crianças, adultos e idosos fora dos espaços públicos justamente em um período que simboliza convivência e celebração coletiva.

Segundo dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE, o Brasil possui 14,4 milhões de pessoas com deficiência, incluindo um contingente expressivo de crianças e adolescentes. Apesar disso, eventos públicos temporários – como festas de fim de ano – frequentemente ignoram requisitos básicos de acessibilidade, como rampas, banheiros adaptados, áreas reservadas, sinalização adequada e intérpretes de Libras.

A exclusão nesses eventos vai além de falhas pontuais. A cidade se enfeita para celebrar, mas esquece de incluir. Quando eventos públicos não são acessíveis, o poder público transmite a mensagem de que pessoas com deficiência não fazem parte da vida urbana.

A acessibilidade não deve ser tratada como adaptação de última hora, mas como obrigação legal e princípio de cidadania.

Festas públicas são políticas públicas. Se elas não contemplam todos, estamos diante de uma exclusão institucional, ainda naturalizada no Brasil.

A inclusão em eventos de grande porte exige planejamento prévio, formação de equipes e compromisso contínuo do poder público, garantindo que a celebração seja, de fato, para todos.

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Por André Naves

defensor público federal, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social

Artigo de opinião

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