Balões farmacológicos coronários: inovação que redefine o tratamento intervencionista do coração

Como essa tecnologia minimamente invasiva oferece eficácia, segurança e personalização no combate às obstruções coronarianas

Os balões farmacológicos coronários não são exatamente uma novidade no arsenal terapêutico da cardiologia intervencionista. Essa tecnologia já existe como alternativa no tratamento das obstruções nos vasos do coração há mais de uma década. No entanto, foi por meio do reforço de novas evidências realizadas nos últimos anos que o seu retorno ao mercado ganhou força e atenção dos principais líderes de opinião.

Entre os debates mais acirrados dessa temática, muito se discute sobre qual seria a melhor escolha: balões farmacológicos ou stents farmacológicos? Porém, apesar de parecerem opostas em um primeiro momento, essas tecnologias são complementares.

Apesar do stent ainda ser o protagonista mundial no tratamento das obstruções coronarianas, os balões farmacológicos surgem como opção que amplia a personalização dos tratamentos, atendendo às necessidades de cada paciente e seu cenário. Ou seja, optar por um ou outro depende do quadro diagnosticado, visto que cada tecnologia é indicada para situações diferentes e específicas.

Dados de mercado corroboram essa tendência de retomada. Um relatório da Verified Market Research estima que o mercado global de balões farmacológicos coronários, avaliado em US$ 93,34 milhões em 2023, deve atingir US$ 550,3 milhões até 2031, com taxa de crescimento anual composta de 27,39% entre 2024 e 2031.

Balão Farmacológico: tecnologia que trata sem deixar rastros

Imagine tratar uma artéria obstruída sem precisar deixar nenhum implante permanente no corpo. Essa é a proposta do balão farmacológico, uma inovação que vem ganhando espaço na medicina cardiovascular por sua eficácia e segurança.

O procedimento é simples e minimamente invasivo. Um pequeno balão, revestido com medicamentos, é inserido na artéria por meio de um cateter. Ao ser inflado no local da obstrução, ele libera o fármaco diretamente na parede do vaso, combatendo a inflamação e prevenindo o reestreitamento — conhecido como reestenose.

Mas o grande atrativo está no fato de que, após o tratamento, o balão é retirado, sem deixar nenhum material metálico ou polímero dentro do corpo. Isso reduz o risco de complicações tardias, como trombose ou reações inflamatórias, comuns em procedimentos com stents permanentes.

Como o balão farmacológico não deixa nenhum material dentro do corpo, o paciente pode voltar à sua rotina mais rápido e, o melhor, pode reduzir o tempo em que deveria tomar remédios para afinar o sangue, os medicamentos chamados antiplaquetários. Isso é importante porque o uso prolongado desses medicamentos pode causar sangramentos, uma das complicações mais comuns em tratamentos com implantes de stents.

Outro cenário em que essa tecnologia é especialmente útil é no tratamento de vasos pequenos, tortuosos ou em áreas nas quais o uso de stents seria arriscado. Estudos mostram que o balão farmacológico oferece resultados comparáveis aos dos stents farmacológicos, com a vantagem de preservar a anatomia natural do vaso e evitar intervenções repetidas.

Em resumo, o balão farmacológico representa um avanço importante: trata com precisão, respeita o corpo e não deixa vestígios — uma solução moderna e inteligente para cuidar do coração.

L

Por Louis Nakayama Ohe e Michael Dickscheid

Cardiologista Intervencionista; vice-presidente de Negócios da B Braun

Artigo de opinião

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