Vergonha e vícios: por que o medo de falar atrasa o tratamento e aumenta o sofrimento
Entenda como o tabu sobre comportamentos compulsivos impede a busca por ajuda e aprofunda o isolamento
A vergonha é um dos maiores obstáculos para quem enfrenta vícios comportamentais, como apostas, pornografia, compras compulsivas e jogos digitais. Segundo dados da assessoria de imprensa, muitas pessoas demoram meses ou até anos para pedir ajuda, não por falta de percepção do problema, mas por medo de falar sobre ele. Esse silêncio alimenta o vício e aprofunda o sofrimento emocional.
O psicólogo clínico Leonardo Teixeira, especialista em compulsões, explica que a vergonha cria uma “segunda camada de sofrimento”. Além do vício em si, a pessoa convive com uma sensação constante de fracasso. “Nem sempre os pacientes chegam ao consultório porque perderam dinheiro ou porque estão com a vida social prejudicada. Eles chegam porque não aguentam mais ter vergonha. A vergonha paralisa, e quando paralisa, o problema ganha força”, afirma.
O tabu em torno dos vícios comportamentais persiste porque muitos ainda enxergam esses comportamentos como falhas morais, e não como questões de saúde mental. “Muita gente ouve desde cedo que apostar demais é falta de responsabilidade, que ver pornografia é desvio de caráter, que comprar por impulso é futilidade. Esse tipo de julgamento faz a pessoa esconder o problema, e quando ela esconde, ela deixa o vício crescer no escuro”, comenta o especialista.
Além disso, a reação da família pode agravar o quadro. Muitas vezes, parentes respondem com irritação, bronca ou preconceito, o que intensifica o ciclo de culpa e faz com que a pessoa se feche ainda mais. “Quando a família reage com julgamento, a pessoa se fecha ainda mais. Ninguém se abre para quem acusa. Quando há acolhimento, a motivação para buscar ajuda aumenta”, destaca Leonardo.
O ciclo do vício se torna mais profundo quanto mais tempo a pessoa tenta “resolver sozinha”. Recaídas, culpa e promessas se repetem, criando a sensação de que não há saída. O isolamento é uma consequência direta desse processo, manifestando-se em sinais como dormir mal, esconder comportamentos, mentir sobre gastos e inventar desculpas para se afastar dos outros.
Outro ponto importante é que o tabu compromete a prevenção. Muitas pessoas evitam buscar informações por vergonha de se identificar com os sintomas ou por medo de admitir que perderam o controle. “Quando a pessoa aceita que não está conseguindo parar, ela dá o primeiro passo para retomar o controle. O problema é que a vergonha adia essa consciência”, explica o psicólogo.
Para romper esse ciclo, Leonardo Teixeira reforça que é fundamental retirar o peso moral que impede o tratamento. Conversar sobre o tema com naturalidade, reconhecer que compulsões têm base neuroquímica e emocional, e lembrar que se trata de um transtorno, e não de uma falha de caráter, são passos essenciais. “Vergonha não cura nada. Informação cura. Acolhimento cura. Vício não é sobre caráter, é sobre sofrimento emocional”.
Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. Psicoterapia especializada, grupos de apoio e acompanhamento médico são ferramentas que aumentam as chances de recuperação, especialmente quando o tratamento começa cedo. “Quando a pessoa finalmente fala sobre o problema, ela percebe que não está sozinha. O tabu existe para ser rompido. E quando isso acontece, o tratamento começa de verdade”, conclui.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa, trazendo uma reflexão importante para quem convive com vícios comportamentais e para quem deseja apoiar quem enfrenta essa luta silenciosa. Falar abertamente sobre o tema é o primeiro passo para a cura e para o resgate do bem-estar emocional.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



