Dezembro e o pós-parto: por que o fim de ano é mais difícil para mães de bebês prematuros
Entenda como o período festivo pode aumentar a ansiedade e o cansaço emocional no puerpério, especialmente após a prematuridade
O fim de ano é tradicionalmente um momento de celebrações, encontros e muita movimentação social. No entanto, para muitas mães no pós-parto, especialmente aquelas que tiveram bebês prematuros ou passaram pela experiência da UTI neonatal, dezembro pode ser um período de ansiedade aumentada e exaustão emocional. Dados da assessoria de imprensa destacam que essa época funciona como um “amplificador” de estímulos, cobranças e desafios emocionais, exigindo cuidados especiais.
A psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto MaterOnline, explica que o impacto do fim de ano não está apenas nas festas em si, mas na história recente da mulher, no que ela viveu durante o parto, no apoio que recebe e no seu estado emocional ao chegar nessa fase. Muitas mães de prematuros chegam a dezembro após um ciclo intenso de idas ao hospital, contato limitado com o bebê e uma carga emocional muito forte associada à UTI neonatal. Esse percurso aumenta o risco de transtornos pós-parto, como ansiedade e depressão.
“Se essa mulher já apresenta sintomas depressivos, a lógica das festas pode intensificar o sofrimento”, afirma Rafaela. A psicóloga destaca que a comparação involuntária com o ambiente festivo ao redor cria um contraste difícil de suportar, aprofundando a sensação de inadequação, solidão e culpa. Além disso, a ausência ou fragilidade da rede de apoio, comum em viagens e compromissos sociais típicos do fim de ano, agrava ainda mais a vulnerabilidade da mãe.
Mesmo quando o bebê já está em casa, o fim de ano traz estímulos que exigem mais energia mental: barulho constante, fluxo intenso de pessoas, conversas longas, noites curtas e tarefas extras. Para mães de prematuros, que precisam cuidar da higiene rigorosa, uso de máscara e manejo cuidadoso do toque, a ansiedade aumenta diante da falta de controle sobre quem visita e como o bebê é manipulado. “Algumas pessoas ficam dias hospedadas, e a mãe sabe que não terá privacidade nem controle sobre o fluxo de visitantes. Isso dispara preocupação constante”, explica Rafaela.
A dificuldade de impor limites é outro fator que pesa. Personalidade, histórico familiar e o apoio do parceiro influenciam diretamente na segurança emocional da mulher. Enquanto alguns parceiros assumem o papel de proteção e comunicação, outros minimizam a situação, deixando a mãe sem respaldo. A psicóloga alerta para sinais de sobrecarga emocional, como ansiedade crescente, irritabilidade, dificuldade para dormir, choro frequente, sensação constante de alerta e retraimento. Nesses casos, reorganizar o ambiente e reduzir estímulos é fundamental, e o acompanhamento em saúde mental perinatal pode evitar agravamentos.
Por fim, Rafaela reforça a importância de uma rede de apoio respeitosa, informada e ativa, especialmente no fim do ano. Algumas orientações simples, mas decisivas, incluem respeitar os limites e rotinas da mãe, higienizar as mãos antes de tocar o bebê, evitar visitas prolongadas, oferecer ajuda prática, proteger a privacidade e o descanso da puérpera e apoiar os limites que ela tenha dificuldade de verbalizar. “Quando a mãe percebe que o ambiente excedeu sua capacidade emocional, reorganizar visitas, reduzir estímulos e buscar apoio são passos essenciais”, conclui.
Esse cuidado é fundamental não só para a saúde emocional da mãe, mas também para o bem-estar do bebê, que depende da mãe para sua organização emocional. Ambientes mais tranquilos e previsíveis favorecem a adaptação e fortalecem o vínculo nesse período tão delicado.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



