FDA amplia uso da flibanserina para mulheres pós-menopausa e revoluciona tratamento da baixa libido
Novo marco reconhece HSDD em mulheres após a menopausa, destacando a importância do diagnóstico e cuidado especializado
A saúde sexual feminina avança com um importante reconhecimento da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos: a flibanserina, medicamento indicado para o tratamento do Hypoactive Sexual Desire Disorder (HSDD), agora tem sua aprovação ampliada para mulheres pós-menopausa com menos de 65 anos. Até então, a indicação era restrita a mulheres na fase pré-menopausal, e essa expansão representa um marco regulatório e clínico no cuidado da baixa libido feminina.
O HSDD é caracterizado pela ausência persistente ou significativa redução do desejo sexual, que não pode ser explicada por outras condições médicas, psicológicas ou uso de medicamentos. A flibanserina atua no sistema nervoso central, modulando neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina, o que pode contribuir para a melhora do desejo sexual em mulheres afetadas por essa condição.
Originalmente aprovada em 2015 para mulheres pré-menopausa, a flibanserina é a primeira terapia não hormonal autorizada para o tratamento do HSDD em mulheres pós-menopausa, preenchendo uma lacuna terapêutica importante. Estima-se que até 40% das mulheres experimentem sintomas de baixo desejo sexual em algum momento da vida, e a falta de opções seguras e específicas tem dificultado o tratamento eficaz.
Alexandra Ongaratto, médica especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, ressalta que essa ampliação é um avanço significativo, mas que deve ser acompanhada de diagnóstico criterioso e educação médica aprofundada. “A expansão da aprovação da flibanserina é um reconhecimento importante de que o desejo sexual não termina com a menopausa. Para muitas mulheres, a diminuição do desejo pode gerar sofrimento real e afetar relacionamentos, autoestima e qualidade de vida. Mas, como qualquer terapia, é essencial que sua indicação seja feita com base em avaliação clínica detalhada e em diálogo com dados científicos”, afirma.
A especialista destaca ainda que o diagnóstico de HSDD exige a exclusão de outras causas físicas, psicológicas ou relacionais antes da indicação medicamentosa. “Não é um ‘remédio da libido’ indiscriminado. O objetivo é tratar uma condição diagnosticada com critérios clínicos e oferecer cuidado integral, levando em conta fatores emocionais, hormonais e de relacionamento que influenciam o desejo sexual.”
Estudos científicos indicam que a flibanserina pode aumentar o número de eventos sexuais satisfatórios e melhorar índices de desejo em comparação com placebo, embora os benefícios sejam modestos e variem entre pacientes. Os efeitos adversos mais comuns incluem tontura, sonolência, náuseas, fadiga e hipotensão, especialmente quando combinados com álcool ou em pacientes com condições específicas. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para avaliar riscos e benefícios individualizados.
Para mulheres pós-menopausa, que enfrentam mudanças hormonais, metabólicas e psicossociais, essa nova aprovação representa um avanço importante, reconhecendo que o desejo sexual continua sendo um aspecto central da vida e da saúde feminina após essa fase. Alexandra reforça que o tratamento ideal para HSDD deve ser integrado, considerando a história individual, saúde física e emocional, dinâmicas de relacionamento e fatores culturais. A medicação pode ser parte do plano terapêutico, mas nunca a única resposta.
O Instituto GRIS, pioneiro em saúde íntima feminina, destaca que avanços como esse exigem evidências sólidas, cuidado humanizado e políticas que reconheçam a complexidade da sexualidade ao longo da vida da mulher. Essa decisão da FDA abre um novo capítulo no tratamento da baixa libido feminina, ampliando o acesso a terapias para um grupo historicamente desassistido e promovendo o protagonismo das mulheres em sua saúde sexual.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa.
Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA



